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Modelo engorda 7 kg para tentar vencer Miss Brasil e multiplicar seus ganhos
PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Se não conseguir ganhar o
título de Miss Brasil, disputado hoje, no Memorial da
América Latina, a concorrente do Pará, Rayana Breda,
19, tem tudo para candidatar-se ao posto de embaixadora fashion da Organização
Mundial da Saúde.
Ex-modelo de passarela,
Rayana deu adeus à folhinha
de alface na hora do almoço e
agora come de tudo para
preencher o maiô de miss.
Num caso inédito de inversão da expectativa padrão, engordou 7 kg, aumentou o quadril de 87 cm para
94 cm, colocou 275 ml de silicone em cada seio, submeteu-se a sessões de bronzeamento artificial, passou a
cultivar os cabelos na altura
do cóccix e agora carrega na
maquiagem. Uma verdadeira heresia fashion.
Com 1,78m e 61 kg, Rayana
foi de 50 cm para 56 cm de
coxas. Ela faz pose para a foto girando as pernas roliças
(nada que ameace a Mulher
Melão, 60 cm de coxas e 1,60
m de altura) e diz: "Músculo,
em miss, não funciona".
Rayana radicalizou porque a carreira de modelo,
que exercia desde os 15, não
estava dando os dividendos
que ela esperava. A candidata acredita que, se vencer o
concurso, terá oportunidade
de desenvolver um "projeto
mais comercial".
"Uma miss pode fazer R$ 1
milhão em um ano. A Natália
(Guimarães, vencedora de
2007) fez em seis meses. Como modelo, eu praticamente
não vi a cor do dinheiro. Ajudei minha mãe numa reforma e comprei um Ford Ka",
diz, rindo. "Mas é zero km!"
Apesar de ter desfilado na
São Paulo Fashion Week para nomes como Glória Coelho, Maria Bonita e Zoomp e
ter trabalhado fora do Brasil
com as grifes Valentino e Escada, ela não chegou nem
perto do que pretendia. "Em
um desfile você ganha R$
5.000. Num comercial, R$
30 mil. Mas eu não era uma
modelo A. Era B", diz.
"A Rayana funciona mais
como modelo comercial, talvez por isso ela se classifique
como B", diz Larissa Garcia,
booker da agência de Mônica
Monteiro, ex-empresária de
Gisele Bündchen e da própria Rayana. "Ela é o que em
moda a gente chama de modelo bonita. Salvo raríssimas
exceções, estilistas e produtores preferem as exóticas."
Além da transformação física, o projeto miss exigiu de
Rayana uma mudança geográfica. Capixaba de nascimento, ela se mudou para o
Pará há quase um ano para
poder concorrer ao título pelo Estado. "O regulamento
exige que a candidata more
no lugar por seis meses", diz.
Repetindo uma lenda que
antecede muito a de Marta
Rocha, eleita em 1954, Rayana diz que a primeira miss
Brasil era uma francesa naturalizada brasileira que morava havia quatro anos no
país quando foi eleita em um
concurso de 1865. Nem a organização do miss Brasil
nem nenhum especialista é
capaz de confirmar a versão.
Larissa diz sem cabotinismo que não namora nem
consegue pensar em se dedicar a alguém agora. De algum
modo, isso faz com que a morena estilo Letícia Birkheuer
pareça ainda mais bonita.
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