São Paulo, sábado, 09 de maio de 2009

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Modelo engorda 7 kg para tentar vencer Miss Brasil e multiplicar seus ganhos

PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Se não conseguir ganhar o título de Miss Brasil, disputado hoje, no Memorial da América Latina, a concorrente do Pará, Rayana Breda, 19, tem tudo para candidatar-se ao posto de embaixadora fashion da Organização Mundial da Saúde.
Ex-modelo de passarela, Rayana deu adeus à folhinha de alface na hora do almoço e agora come de tudo para preencher o maiô de miss.
Num caso inédito de inversão da expectativa padrão, engordou 7 kg, aumentou o quadril de 87 cm para 94 cm, colocou 275 ml de silicone em cada seio, submeteu-se a sessões de bronzeamento artificial, passou a cultivar os cabelos na altura do cóccix e agora carrega na maquiagem. Uma verdadeira heresia fashion.
Com 1,78m e 61 kg, Rayana foi de 50 cm para 56 cm de coxas. Ela faz pose para a foto girando as pernas roliças (nada que ameace a Mulher Melão, 60 cm de coxas e 1,60 m de altura) e diz: "Músculo, em miss, não funciona".
Rayana radicalizou porque a carreira de modelo, que exercia desde os 15, não estava dando os dividendos que ela esperava. A candidata acredita que, se vencer o concurso, terá oportunidade de desenvolver um "projeto mais comercial".
"Uma miss pode fazer R$ 1 milhão em um ano. A Natália (Guimarães, vencedora de 2007) fez em seis meses. Como modelo, eu praticamente não vi a cor do dinheiro. Ajudei minha mãe numa reforma e comprei um Ford Ka", diz, rindo. "Mas é zero km!"
Apesar de ter desfilado na São Paulo Fashion Week para nomes como Glória Coelho, Maria Bonita e Zoomp e ter trabalhado fora do Brasil com as grifes Valentino e Escada, ela não chegou nem perto do que pretendia. "Em um desfile você ganha R$ 5.000. Num comercial, R$ 30 mil. Mas eu não era uma modelo A. Era B", diz.
"A Rayana funciona mais como modelo comercial, talvez por isso ela se classifique como B", diz Larissa Garcia, booker da agência de Mônica Monteiro, ex-empresária de Gisele Bündchen e da própria Rayana. "Ela é o que em moda a gente chama de modelo bonita. Salvo raríssimas exceções, estilistas e produtores preferem as exóticas."
Além da transformação física, o projeto miss exigiu de Rayana uma mudança geográfica. Capixaba de nascimento, ela se mudou para o Pará há quase um ano para poder concorrer ao título pelo Estado. "O regulamento exige que a candidata more no lugar por seis meses", diz.
Repetindo uma lenda que antecede muito a de Marta Rocha, eleita em 1954, Rayana diz que a primeira miss Brasil era uma francesa naturalizada brasileira que morava havia quatro anos no país quando foi eleita em um concurso de 1865. Nem a organização do miss Brasil nem nenhum especialista é capaz de confirmar a versão.
Larissa diz sem cabotinismo que não namora nem consegue pensar em se dedicar a alguém agora. De algum modo, isso faz com que a morena estilo Letícia Birkheuer pareça ainda mais bonita.


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