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MARISA SÁ FORTES CHUAIRI (1931-2010)
Ao criar a Mariza Doces, tornou-se pioneira no ramo
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia antes de a filha mais
velha casar, Marisa Sá Fortes
Chuairi já havia preparado toda a mesa de doces. Ela queria
ter o dia da festa livre para
aproveitar cada segundo.
Mas aí veio o imprevisto.
Um grande bufê que sempre
comprava os quitutes de sua
empresa ligou desesperado:
havia esquecido justamente
de encomendar doces. O que
Marisa fez? Enviou ao cliente
os preparativos para a festa da
filha e varou a noite para repor o que fora desfeito.
Natural da mineira Barbacena, Marisa veio a SP aos 15
anos. Aos 19, casou-se com
Alberto, que jogou futebol pelo Palmeiras e pelo São Paulo.
Da mãe, dona de uma visão
empreendedora, sempre ouviu que era preciso ter alguma
habilidade, pois, quando precisasse, era só usá-la. Assim,
descobriu ter dom para preparar coisas salgadas e doces.
Na escola das filhas, costumava ajudar nas festas. Em
1963, abriu uma empresa de
doces com uma irmã, que
morreu em 1970. Continuou
o negócio, com o nome Mariza Doces -não pôde usar o
Marisa com "s" pois já existia.
Foi pioneira na área: criou
embalagens, desenvolveu receitas e mudou a forma de
apresentar os doces nas festas, usando a criatividade.
Com o tempo, estendeu a
clientela para Rio, Curitiba,
Brasília, Recife e Manaus.
Delicada e de "jeitinho mineiro", Marisa ia todos os dias
à fábrica. Na madrugada de
sexta (30), morreu aos 78,
após um infarto. Deixa viúvo,
quatro filhos e quatro netos.
Hoje, o negócio é tocado pelas três filhas e a sobrinha.
coluna.obituario@uol.com.br
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