LUIS RENATO STRAUSS
DA REPORTAGEM LOCAL

Os estudantes que enfrentaram ontem o provão mantiveram as críticas sobre o sistema de avaliação. Cerca de 460 mil alunos de 26 cursos realizaram as provas do que deve ser o último Exame Nacional de Cursos nos moldes atuais. O Ministério da Educação (MEC) prevê mudanças desse sistema a partir de agosto.
Os alunos de quarto e quinto ano do curso de psicologia da PUC-SP, por exemplo, formularam uma carta que foi enviada ao MEC. Cada estudante levou uma cópia do documento para fixar nas provas de ontem. O texto ressalta a importância de um sistema de avaliação de cursos, mas afirma que o provão não considera as diferenças regionais e as características de cada universidade.
Mathias Pastor Wagner, 23, estudante de economia do Ibmec, diz que a prova de ontem não levou em consideração as especializações escolhidas pelos alunos.
Ele pretende especializar-se na área financeira, mas o que encontrou foram questões "subjetivas" e muitas delas referentes ao começo da graduação. Para ele, o exame não reflete o que será utilizado em sua atuação profissional.
A estudante de química da Universidade Ibirapuera Karina Alves Affonso, 24, afirma que os alunos não são incentivados a fazer o exame e reclama da falta de tempo -dividido entre trabalho e provas de fim de semestre- para se preparar.
"Acredito que seja importante uma avaliação dos cursos, mas em um sistema no qual todos participem", diz Luciana Borges, 21, estudante de jornalismo da Cásper Líbero. O mesmo pensa Luis Felipe Ashcar, 21, do curso de engenharia civil do Mackenzie. "Não adianta alguns se empenharem na prova enquanto outros boicotam. O sistema acaba sendo desacreditado."
As provas e os gabaritos das questões de múltipla escolha já estão disponíveis no site do Inep (www.inep.gov.br). A respostas das questões discursivas serão divulgadas no fim de julho. A partir de novembro, o estudante poderá conferir o seu desempenho.
Hoje, o Inep (responsável pela avaliação) fará um balanço sobre o dia de ontem. Serão divulgados o número de abstenções e os principais problemas, como o caso de uma escola em Londrina (PR) que não recebeu as provas.



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