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Marcola confirma acordo com o governo, diz deputado
GILMAR PENTEADO
ENVIADO ESPECIAL A PRESIDENTE BERNARDES
CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE BERNARDES
VICTOR RAMOS
DA REDAÇÃO
O deputado Raul Jungmann
(PPS-PE), integrante da CPI do
Tráfico de Armas, disse ontem
que Marcos Willians Herbas
Camacho, o Marcola, líder máximo do PCC, confirmou ter
feito um acordo com o governo
de São Paulo para pôr fim aos
atentados promovidos pela facção no mês passado. Esse acordo é negado pelo governo.
A confirmação foi feita durante depoimento prestado pelo preso ontem a deputados integrantes da CPI, em uma sala
administrativa do CRP (Centro
de Readaptação Penitenciária)
de Presidente Bernardes (589
km de São Paulo).
Marcola confirmou ainda ter
recebido da comitiva de autoridades do Estado que o visitou
na cadeia durante os ataques a
oferta de dois celulares para
que informasse a presos de outros presídios que estava bem.
A possibilidade do acordo entre a facção criminosa e o governo paulista foi um dos motivos que levou a CPI a ouvir
Marcola ontem.
Em um depoimento que durou quatro horas, Marcola negou ser líder do PCC e chegou a
ser irônico com os oitos deputados que participaram da audiência.
O preso disse que não sabia
que estava ameaçado por integrantes do próprio PCC. Segundo Jungmann, grampos feitos pela polícia identificaram
um grupo que pretendia fazer
um atentado para incriminar
Marcola, que já estaria sofrendo um desgaste por causa da exposição causada pelos últimos
ataques. Marcola teria admitido apenas que era jurado de
morte pelo CRBC (Comando
Revolucionário Brasileiro da
Criminalidade), uma facção rival ao PCC.
Em relação ao suposto acordo, Marcola confirmou que, no
dia 14 de maio, no auge dos ataques do PCC, recebeu a visita
de uma comitiva formada por
um delegado, um coronel da
PM, o corregedor administrativo da Secretaria da Administração Penitenciária e a advogada
Iracema Vasciaveo, que representaria familiares de presos. O
governo nega negociação e afirma que a visita foi um gesto de
boa vontade.
O preso contou a advogada
teria levado dois celulares e
oferecido os aparelhos para que
ele ligasse para um preso de outra penitenciária, cujo nome
ele não quis revelar, para informar que estava bem. Foi outro
detento, Luiz Henrique Fernandes, o LH, que estava com
ele, que teria feito a ligação.
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