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Kassab entrega à Câmara projeto que proíbe outdoors
Prefeito não pediu regime de urgência, mas disse esperar que ele seja aprovado pelos vereadores ainda neste ano
Empresas de publicidade e anunciantes prometem combater a proposta, que veta a maioria dos anúncios existentes hoje na cidade
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O prefeito Gilberto Kassab
(PFL) entregou ontem à Câmara o polêmico projeto de lei que
regulamenta a propaganda nas
ruas da cidade. Chamado de Cidade Limpa, ele enfrenta resistência de empresas de publicidade e anunciantes, pois proíbe
outdoors e painéis eletrônicos
e limita as placas com o nome
dos imóveis comerciais em estruturas de até quatro m2.
Se depender do prefeito, a
proposta será aprovada ainda
neste ano. Mas o presidente da
Câmara, Roberto Trípoli (sem
partido), disse que a votação
deverá ocorrer apenas depois
das eleições. "Não pedimos regime de urgência no projeto
porque acreditamos que será
necessária uma ampla discussão com a sociedade", diz Kassab. "Mas espero que o interesse público prevaleça sobre o
lobby das empresas e que essa
lei seja aprovada aqui no Legislativo o mais rápido possível."
Até que a proposta seja votada, explica o prefeito, fica suspensa a licitação do mobiliário
urbano: pontos de ônibus, lixeiras e relógios. Tudo porque
ele se tornará o principal lugar
para as propagandas na cidade.
O projeto da prefeitura proíbe a maioria dos anúncios existentes hoje. Além dos outdoors, ficam vetadas propagandas em ônibus, carros e motos;
anúncios infláveis, faixas, avisos de liquidação em vitrines e
anúncios nas laterais e nas coberturas de prédios, entre outros. Propagandas eleitorais serão permitidas de acordo com a
lei federal, mas ficam proibidas
em muros, por exemplo.
Para Kassab, se a lei for aprovada, a fiscalização ficará mais
fácil. "Como tudo será proibido, qualquer cidadão poderá fazer denúncias. Hoje, é difícil fazer a fiscalização porque a legislação é muito complicada."
De acordo com a prefeitura,
há cerca de 4.500 anúncios regulares na cidade e 15 mil irregulares. Por ano, a arrecadação
com eles é de R$ 3 milhões. "A
receita é baixa e vamos abrir
mão dela para ter uma cidade
mais bonita", disse o prefeito.
Críticas
A proposta é duramente criticada pelas empresas. Para Rubens Damato, presidente da
Federação Nacional de Empresas de Mídia Exterior, a culpa
pela poluição visual não é só da
propaganda, mas também da
fiação elétrica. A federação, diz
participará de todas as discussões sobre o projeto na Câmara
e na Justiça.
O mesmo fará a Associação
Brasileira de Anunciantes. "As
principais empresas anunciantes do Brasil receberam a notícia com perplexidade", informa
comunicado da entidade.
Já a Associação Brasileira
dos Escritórios de Arquitetura
comemorou o projeto.
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