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Justiça do Exército condena casal gay
Defesa nega acusação e diz que vai recorrer
JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA
Laci Araújo e Fernando Alcântara -casal de militares
que se assumiu gay em rede
nacional em 2008- foram
condenados em primeira instância, ontem, pela Justiça
Militar por supostamente terem inventado que Laci foi
torturado e, assim, denegrido a imagem do Exército. A
defesa diz que vai recorrer.
Há dois anos, Araújo foi
preso por deserção, pouco
depois de ter assumido que
era gay e dado entrevista a
uma rede de televisão em SP.
Horas depois, já preso em
Brasília, Araújo denunciou
ter sido torturado por militares no trajeto do hospital geral de Brasília ao batalhão
onde ficou detido.
O Exército negou a violência -não há provas da tortura física nos autos- e a suspeita levantada pelo casal de
perseguição pela orientação
sexual. O Ministério Público
Militar investigou o caso e
concluiu que não houve tortura contra Araújo.
Para o procurador de Justiça Militar Giovanni Rattacaso, Araújo e Alcântara "eram
cúmplices nessa intenção
odiosa de difamar o bom nome do Exército e lançar lama
(...) sobre os militares pechados de torturadores".
A defesa do casal rejeitou
que houvesse intenção de denegrir a imagem da instituição e defendeu que Araújo
estava sob pressão à época.
Para Márcio Palma, advogado do casal, "não ter sido
comprovada a tortura física
não leva ao raciocínio de que
houve calúnia."
Araújo recebeu a pena de 1
ano, 3 meses e 15 dias de reclusão pelos crimes de calúnia e desacato a superior.
A pena de Alcântara foi de
8 meses de detenção, por
"propalar fatos que sabe inverídicos", segundo o Código
Penal Militar.
Se os dois cumprirem requisitos de bom comportamento por dois anos, poderão ter a pena anulada.
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