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Pesquisa busca droga nacional
DO ENVIADO ESPECIAL
De tanto fazer "engenharia reversa", desmontando o medicamento dos outros para fazer um
igual, o Brasil aprendeu a produzir um remédio próprio contra a
Aids. São moléculas novas dos
inibidores de protease e da transcriptase reversa, as mesmas que
formam o coquetel atual, mas que
seriam menos tóxicas e com
maior eficácia.
"Já solicitamos o registro dessas
moléculas como patente pública
no Brasil e nos EUA", anunciou
Eloan Pinheiro, diretora do Far-Manguinhos, laboratório do Ministério da Saúde. A patente pode
ser solicitada assim que se comprove a eficácia da molécula contra o vírus vivo, o que já teria
ocorrido em pesquisa pré-clínica.
O próximo passo é a pesquisa
clínica, dividida em três fases, que
pode levar até cinco anos. "Dependendo dos resultados, a última fase pode ser dispensada, antecipando para três anos", disse
ela. Isso significa que, nesse prazo,
o Brasil poderá ter sua primeira
droga nacional contra a Aids.
As pesquisas estão sendo feitas
por cientistas do Far-Manguinhos e da Universidade Federal
do Rio de Janeiro. Segundo Eloan,
o custo estimado é de US$ 25 milhões, contra os US$ 500 milhões
que os laboratórios costumam
anunciar em média.
"Aprendemos o processo de
pesquisa de uma nova molécula
partindo do produto final e desmontando suas partes", diz ela,
que trabalhou quase 20 anos em
laboratórios multinacionais.
Das 15 drogas que fazem parte
do consenso médico contra a
Aids, apenas uma ainda não teve a
fórmula copiada, segundo Eloan.
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