São Paulo, terça-feira, 09 de julho de 2002

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Pesquisa busca droga nacional

DO ENVIADO ESPECIAL

De tanto fazer "engenharia reversa", desmontando o medicamento dos outros para fazer um igual, o Brasil aprendeu a produzir um remédio próprio contra a Aids. São moléculas novas dos inibidores de protease e da transcriptase reversa, as mesmas que formam o coquetel atual, mas que seriam menos tóxicas e com maior eficácia.
"Já solicitamos o registro dessas moléculas como patente pública no Brasil e nos EUA", anunciou Eloan Pinheiro, diretora do Far-Manguinhos, laboratório do Ministério da Saúde. A patente pode ser solicitada assim que se comprove a eficácia da molécula contra o vírus vivo, o que já teria ocorrido em pesquisa pré-clínica.
O próximo passo é a pesquisa clínica, dividida em três fases, que pode levar até cinco anos. "Dependendo dos resultados, a última fase pode ser dispensada, antecipando para três anos", disse ela. Isso significa que, nesse prazo, o Brasil poderá ter sua primeira droga nacional contra a Aids.
As pesquisas estão sendo feitas por cientistas do Far-Manguinhos e da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Segundo Eloan, o custo estimado é de US$ 25 milhões, contra os US$ 500 milhões que os laboratórios costumam anunciar em média.
"Aprendemos o processo de pesquisa de uma nova molécula partindo do produto final e desmontando suas partes", diz ela, que trabalhou quase 20 anos em laboratórios multinacionais.
Das 15 drogas que fazem parte do consenso médico contra a Aids, apenas uma ainda não teve a fórmula copiada, segundo Eloan.



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