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SBPC
Nascidos nesta década viverão mais com avós e terão menos irmãos e primos
Relações sociais mudam perfil familiar
ANTÔNIO GOIS
DO ENVIADO ESPECIAL A GOIÂNIA
O brasileiro que nasceu nesta
década viverá mais tempo com
seus avós e bisavós e terá menos
irmãos e primos do que as gerações anteriores.
Mudanças como essa no perfil
demográfico da população brasileira foram algumas das discussões realizadas ontem na 54ª reunião anual da SBPC (Sociedade
Brasileira para o Progresso da
Ciência), no seminário que discutiu as principais tendências e mudanças da população brasileira.
Esse novo tipo de relação familiar é causado por uma soma de
fatores. A brasileira está tendo
menos filhos e engravidando
mais cedo. Isso ocorre ao mesmo
tempo em que a expectativa de vida do brasileiro aumenta.
O pesquisador Juarez Castro de
Oliveira, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
apresentou dados do Censo 2000
que mostram que o país apresentou uma queda acelerada na taxa
de fecundidade da mulher. Em
1940, cada mulher tinha, em média, 6,16 filhos. Em 2000, 2,35.
A diminuição aconteceu, segundo Oliveira, principalmente a
partir da década de 60, quando a
pílula e outros métodos anticoncepcionais foram popularizados.
Além de ter menos filhos, as mulheres são mães mais cedo, mostram os dados do IBGE.
Na década de 80, de cada mil
adolescentes de 15 a 19 anos, 80 já
tinham filhos. Em 2000, a taxa foi
superior a 90. "Esses fatores farão
com que fique mais comum as relações de netos e bisnetos com
avós e bisavós", disse Oliveira.
Para o pesquisador José Magno
de Carvalho, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o
processo de envelhecimento da
população brasileira acontece em
um ritmo mais acelerado do que
nos países desenvolvidos.
Com isso, será difícil, no futuro,
manter um sistema de previdência, já que haverá menos gente em
idade produtiva para sustentar
uma população inativa maior.
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