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SEGURANÇA
Bando com cerca de 40 homens trocou tiros com a polícia e conseguiu fugir após roubar 4 carros e 1 van no Rio
Grupo ataca depósito de carros da polícia
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
Um "bonde" (comboio de criminosos) com cerca de 40 homens armados com fuzis e pistolas atacou, na noite de anteontem,
o posto de vigilância do depósito
de carros da DRFA (Delegacia de
Roubos e Furtos de Automóveis),
no Caju (zona portuária do Rio).
Os criminosos dispararam cerca de 200 tiros contra a unidade
da polícia, que ficou parcialmente
destruída. Um policial que estava
de plantão na hora do ataque foi
baleado sem gravidade.
Na fuga, os criminosos passaram pela avenida Brasil (ligação
entre as zonas norte e oeste) e pela
Linha Vermelha (ligação entre o
centro e a Baixada Fluminense),
onde roubaram três carros e uma
van. O comboio foi surpreendido
por policiais do Getam (Grupamento Especial Tático-Móvel da
Polícia Militar). Houve troca de tiros. Motoristas chegaram a voltar
pela contramão da via.
O tumulto na Linha Vermelha
preocupou a segurança da comitiva do vice-presidente Marco Maciel, que desembarcara por volta
das 23h15 no Aeroporto Internacional Tom Jobim. A via expressa
é o principal acesso entre o aeroporto e a zona sul, onde Marco
Maciel se hospedaria.
O delegado-adjunto da DRFA,
Cláudio Nascimento, afirmou
suspeitar que o "bonde" foi organizado por traficantes das favelas
Barreira do Vasco e de Manguinhos (zona norte), dominadas pela facção criminosa CV (Comando Vermelho).
Para ele, o bando pretendia invadir o complexo de favelas do
Caju, controlado pelas facções rivais TC (Terceiro Comando) e
ADA (Amigo dos Amigos).
De acordo como delegado, os
traficantes atravessaram a pé a
avenida Brasil e caminharam pelas ruas do Caju até chegarem ao
depósito da DRFA. O depósito facilita o ataque às favelas porque
possui carcaças empilhadas de
carros, além de ficar próximo a
um matagal de trilhas.
Terceiro ataque
Em dois meses, foi o terceiro
ataque de traficantes a prédios
públicos e unidades policiais no
Rio. Em 14 de maio, criminosos
metralharam a sede da Secretaria
Estadual de Direitos Humanos,
em Botafogo (zona sul). Em 25 de
junho, cerca de 150 tiros foram
disparados contra o Centro Administrativo da Prefeitura do Rio,
na Cidade Nova (zona central).
Até agora, a polícia não conseguiu
esclarecer os casos.
Colaborou PEDRO SOARES, da Sucursal
do Rio
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