São Paulo, terça-feira, 09 de julho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SEGURANÇA

Bando com cerca de 40 homens trocou tiros com a polícia e conseguiu fugir após roubar 4 carros e 1 van no Rio

Grupo ataca depósito de carros da polícia

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

Um "bonde" (comboio de criminosos) com cerca de 40 homens armados com fuzis e pistolas atacou, na noite de anteontem, o posto de vigilância do depósito de carros da DRFA (Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis), no Caju (zona portuária do Rio).
Os criminosos dispararam cerca de 200 tiros contra a unidade da polícia, que ficou parcialmente destruída. Um policial que estava de plantão na hora do ataque foi baleado sem gravidade.
Na fuga, os criminosos passaram pela avenida Brasil (ligação entre as zonas norte e oeste) e pela Linha Vermelha (ligação entre o centro e a Baixada Fluminense), onde roubaram três carros e uma van. O comboio foi surpreendido por policiais do Getam (Grupamento Especial Tático-Móvel da Polícia Militar). Houve troca de tiros. Motoristas chegaram a voltar pela contramão da via.
O tumulto na Linha Vermelha preocupou a segurança da comitiva do vice-presidente Marco Maciel, que desembarcara por volta das 23h15 no Aeroporto Internacional Tom Jobim. A via expressa é o principal acesso entre o aeroporto e a zona sul, onde Marco Maciel se hospedaria.
O delegado-adjunto da DRFA, Cláudio Nascimento, afirmou suspeitar que o "bonde" foi organizado por traficantes das favelas Barreira do Vasco e de Manguinhos (zona norte), dominadas pela facção criminosa CV (Comando Vermelho).
Para ele, o bando pretendia invadir o complexo de favelas do Caju, controlado pelas facções rivais TC (Terceiro Comando) e ADA (Amigo dos Amigos).
De acordo como delegado, os traficantes atravessaram a pé a avenida Brasil e caminharam pelas ruas do Caju até chegarem ao depósito da DRFA. O depósito facilita o ataque às favelas porque possui carcaças empilhadas de carros, além de ficar próximo a um matagal de trilhas.

Terceiro ataque
Em dois meses, foi o terceiro ataque de traficantes a prédios públicos e unidades policiais no Rio. Em 14 de maio, criminosos metralharam a sede da Secretaria Estadual de Direitos Humanos, em Botafogo (zona sul). Em 25 de junho, cerca de 150 tiros foram disparados contra o Centro Administrativo da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova (zona central). Até agora, a polícia não conseguiu esclarecer os casos.


Colaborou PEDRO SOARES, da Sucursal do Rio


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Ação em presídio apreende celular, arma e droga
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.