Secretaria da Saúde do Estado orientou que fossem evitadas aglomerações

MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
PABLO SOLANO
DA AGÊNCIA FOLHA

O avanço da gripe suína -agora chamada pela OMS (Organização Mundial da Saúde) de H1N1 pandêmico 2009- impediu a realização de eventos agendados para os próximos dias no Rio Grande do Sul. Até ontem, o RS registrava uma morte e 118 casos confirmados, segundo o Ministério da Saúde. No Brasil, são 977.
O Mutirão de Comunicação América Latina e Caribe é um dos eventos que não ocorrerão. Eram esperadas 50 mil pessoas a partir de domingo para o encontro que premia a imprensa.
Segundo o coordenador, padre Marcelino Sivinski, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) segue orientação da Secretaria da Saúde do RS.
O órgão divulgou nesta semana um comunicado recomendando o adiamento de eventos com grandes aglomerações, principalmente se tiver pessoas de países onde o vírus circula de forma ampla -o que ainda não é o caso do Brasil, segundo o governo. O evento será agora entre 3 e 7 de fevereiro.
Além do evento da CNBB, não deverá ocorrer a Feira Estadual de Cooperativismo em Santa Maria (307 km de Porto Alegre), por veto da 1ª Vara Cível de Santa Maria. O evento, marcado para o final de semana, poderia atrair cerca de 150 mil pessoas, entre elas viajantes da Argentina e do Chile.
O promotor João Marcos Castro, que solicitou a suspensão, disse que, mesmo que a programação internacional fosse cancelada, era provável que os estrangeiros não cancelassem a vinda. A prefeitura, que havia acatado recomendação da promotoria para suspender o evento, voltou atrás na terça-feira. O fato abriu brecha para a decisão judicial.
Para Abdan Barreto Filho, da filial do RS da ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), algumas unidades serão impactadas. Contudo, diz que faz parte das "variáveis incontroláveis" do setor e que a associação apoia medidas preventivas voltadas à saúde.
A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul foi questionada sobre os possíveis impactos econômicos dos cancelamentos de eventos, mas não respondeu à solicitação feita pela reportagem.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomendou que países com muitos casos da gripe suína não façam testes em todos os pacientes. Na última sexta, o Brasil anunciou que só serão testados casos graves.
Segundo a OMS, com o avanço da epidemia, os países devem concentrar esforços em observar se a presença do vírus aumenta ou diminui em seu território, mas não sobrecarregar seus sistemas de saúde procurando atender a todos.
Muitos pacientes com sintomas que buscam atendimento têm gripe comum ou outras doenças. O nome da gripe foi alterado por ser igual ao que foi dado a uma gripe sazonal que havia circulado anteriormente.


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