São Paulo, quinta-feira, 09 de julho de 2009

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Mulher de paciente mandou matar psicóloga, crê polícia

Suspeita é que mandante queria se vingar de orientações dadas a seu ex-marido

Ex-sargento da PM é o quarto preso sob suspeita do assassinato, ocorrido em novembro passado, na Vila Madalena (zona oeste de SP)


Fabio Braga/Folha Imagem
Material apreendido com um dos acusados pela morte da psicóloga na Vila Madalena (SP)

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A Polícia Civil de São Paulo procura uma mulher suspeita de ser a mandante do assassinato da psicóloga Renata Novaes Pinto, 44, da Unifesp, em novembro passado na Vila Madalena (zona oeste de SP).
Para a polícia, não há dúvida de que o crime tem relação direta com a atividade profissional de Renata.
A mulher suspeita, de acordo com a mais nova linha de investigação sobre o crime, era casada com um paciente da psicóloga. Ela teria contratado um ex-policial militar para matar Renata por acreditar que o marido a deixou por conta das orientações dadas pela psicóloga.
A hipótese anterior da polícia era a de que um homem encomendara a morte como vingança por ter sido deixado pela mulher, paciente de Renata.
Uma outra hipótese é que o crime foi encomendado por uma paciente da psicóloga.
Ontem, o detetive particular Claudemir Macário dos Santos, 57, conhecido como Japonês e ex-sargento da PM, foi apresentado pela Polícia Civil como o quarto acusado pela morte.
Ele é acusado de ter recebido R$ 10 mil da mandante do crime para assassinar a psicóloga.
Segundo a polícia, o ex-policial militar encomendou o crime a José Neudes Rodrigues do Prado, o Alemão, que subcontratou outros dois acusados, Claudemir Rossi Marques, 29, e João Nilton da Silva Moreira, 32, o Uinho.
Marques, de acordo com a polícia, confessou ter recebido R$ 2.000 para levar Moreira, apontado como responsável pelos três tiros disparados em Renata, em sua moto. Os três foram presos nos últimos dias.
A polícia afirma ter apreendido munição na casa de Moreira. Uma arma foi achada e será periciada para descobrir se foi a mesma do crime. Um dos acusados disse que a arma usada no crime foi jogada na rodovia Ayrton Senna, quando Moreira, Marques e Prado voltavam para casa depois da morte.
Marques e Moreira não se conheciam, de acordo com a investigação. Eles foram levados ao local do crime por Prado, vizinho de Marques em Guarulhos (Grande São Paulo).
Moreira recebeu, de acordo com a polícia, R$ 5.000 para dar os três tiros na psicóloga. Prado recebeu R$ 3.000 para contratar e conduzir Moreira e Marques até o local do crime.
Prado, na versão da polícia, foi contratado pelo ex-PM para executar o plano do assassinato da psicóloga e indicou com seu carro quem era a vítima e o local onde ela morava.
Até o início da noite de ontem, o ex-PM se recusava a informar a identidade da mulher que a polícia acredita tê-lo contratado para tramar o crime.
A descoberta sobre a participação dos acusados pela morte da psicóloga se deu quase por acaso, quando a Polícia Civil de São Sebastião (litoral norte de SP) prendeu o motoqueiro Marques e sua mulher, Janaína de Miranda, 28, sob a acusação de participação em um latrocínio (roubo seguido de morte).
Durante seu interrogatório, Janaína revelou a participação do companheiro no assassinato da psicóloga Renata. A partir daí a polícia chegou aos outros três acusados.
Os acusados presos não puderam falar com a imprensa ontem, durante a apresentação na 3ª Delegacia Seccional Oeste da Polícia Civil. A reportagem da Folha não localizou seus advogados.


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