|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pesquisa faz PSDB reavaliar apoio a militares
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O comando da campanha de
Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência encomendou uma
pesquisa para avaliar o que o
paulista pensa sobre o uso de
tropas federais no Estado. A
cargo do coordenador de comunicação, Luiz Gonzalez, o levantamento qualitativo balizará o tom do candidato.
Uma das conclusões é que o
eleitor condena a exploração
política da crise. Por isso, antes
avessos à convocação do Exército, tucanos e pefelistas defendiam ontem a ajuda das Forças
Armadas na segurança ao redor
de prisões. Muitos lamentavam
que o governo do Estado não a
tivesse aceito já em maio. Hoje,
dois ataques mais tarde, o governo federal seria co-responsável pelo problema.
"É boa essa idéia do Saulo [de
o Exército proteger os presídios]", disse o coordenador-geral da campanha de Alckmin,
senador Sérgio Guerra (PE).
"Se o Exército substituísse
policiais que tomam conta de
presídio, permitiria mais policiamento nas ruas", disse o senador José Jorge (PFL-PE), vice na chapa de Alckmin. "Chamar o Exército é sempre bom.
No mínimo acalma o outro lado
por um tempo", disse o prefeito
do Rio, Cesar Maia (PFL).
Um dos consultores da campanha, Antônio Lavareda diz
que a "sociedade espera que os
poderes interajam para fazer
frente ao crime organizado".
O governador de São Paulo,
Cláudio Lembo (PFL), resiste,
no entanto, à proposta. "Acho
bom que eles falem. Numa
campanha, surgem todas as
idéias. Agora, neste momento,
sou eu o governador de São
Paulo, assumo minhas responsabilidades", reagiu Lembo, segundo o qual a convocação do
Exército significaria submeter
o paulista a "situações tão difíceis" como as vividas pelo Rio
em 1992. "É que o Saulo é jovem e eu sou velho. Já vi todas
as polêmicas que criou o Exército nas ruas. Tinha um sentido
de quase angústia da população. É desnecessário."
Segundo Lembo, o jovem
Saulo também não deve se lembrar da ditadura. Na opinião do
governador, Alckmin "deve estar perplexo mesmo". "Nas vésperas de uma eleição, após ele
deixar o governo, surge isso. É
para ele fazer reflexão."
Criticando a busca de "conotação política para um drama
social", Lembo diz que Alckmin
"está fazendo análise de culpa
alheia". "Tenho que ser mais
equilibrado. Se não, seria péssimo para São Paulo."
"Estou vendo a situação presente e tentando superá-la. Ele
está vendo o passado e o futuro,
a própria campanha", disse.
Texto Anterior: Resistência ao Exército convém a Lula Próximo Texto: Frase Índice
|