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Usuário terá mais espaço em avião, afirma Jobim
Ministro determinou a conselho que regulamente a medida até o dia 23
Segundo ele, as companhias diminuíram a espessura dos encostos para incluir mais assentos; TAM diz que Anac autorizou mudanças
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo incluiu entre as
medidas emergenciais para
contornar a crise no setor aéreo
a exigência para que as companhias ofereçam mais espaço
aos passageiros nas aeronaves.
Em depoimento à CPI do
Apagão Aéreo do Senado ontem, o ministro Nelson Jobim
(Defesa) disse ter determinado
que a mudança deve ser regulamentada pelo Conac (Conselho
Nacional de Aviação Civil) em
23 de agosto, antes mesmo do
início das obras na pista do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Caberá à Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil)
obrigar as companhias a cumprir as determinações -é a
agência que homologa ou não
esse tipo de mudança.
Jobim afirmou que ele próprio será beneficiado, pois tem
1,90 m de altura e "dificuldades
para sentar nos vôos de qualquer empresa".
Nos últimos anos, para incluir mais assentos, segundo o
ministro, as companhias diminuíram a espessura do encosto,
o que causa dores na coluna.
"Se o cidadão que está atrás colocar um livro ou uma garrafa
naquele espaço que fica na
frente do banco, o [passageiro]
da frente sente nas costas. Tem
a espinha agredida", disse.
"Se isso acontecer, melhor.
Pelo menos o governo vai fazendo alguma coisa enquanto
as pistas não ficam prontas",
ironizou o senador Demóstenes Torres (DEM-PA), relator
da CPI do Apagão.
Em média, nos anos recentes, o acréscimo de poltronas
correspondeu a quatro fileiras
a mais para as companhias, o
que significa economizar quase
um avião e meio.
Em nota, a TAM informou
que, "no segundo semestre de
2006, o número de assentos para passageiros passou de 168
para 174 no caso do Airbus-A320 e de 138 para 144 no
A319", mantendo a sensação de
conforto e mesmo espaço para
as pernas. A companhia informou que teve autorização da
Anac para fazer as mudanças.
A Gol e a Varig informaram,
por meio de suas assessorias,
que não iriam se manifestar sobre o assunto.
Anac
Jobim também questionou a
situação da Anac. Segundo ele,
as demais agências reguladoras
foram criadas em decorrência
do processo de privatização; no
caso da Anac, o setor já era privado. "Não é compromisso
meu, é uma pergunta. Em telecomunicações, privatizamos,
criou-se a Anatel. Na eletricidade, privatizou-se, criou-se a
Aneel. O que se privatizou no
sistema aéreo?", disse.
Com relação às tarifas, o ministro sinalizou que o governo
pode determinar que haja diferença nos preços das passagens
a partir de aeroportos mais
centrais, como forma de "disciplinar o fluxo de pessoas" para
outros aeroportos. Citou como
exemplo Congonhas e Guarulhos, que teria passagens mais
baratas.
Ele disse que a Anac não pode fiscalizar os preços porque o
atual governo vetou a atribuição na lei que criou a agência .
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