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Base do governo derruba convocação de diretores da Anac para depor em CPI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em sessão acalorada na CPI
do Apagão Aéreo da Câmara, a
base do governo derrubou o pedido de convocação do brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da Infraero, e de
dois diretores da Anac (Agência
Nacional de Aviação Civil),
Leur Lomanto e Josef Barat.
A quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico dos diretores
da agência nem sequer foi apreciada, pois a maioria votou pelo
adiamento da sessão. Deputados da oposição se queixaram
de "blindagem" feita pelo PT
para impedir a investigação de
lobby na Anac.
Também foi rejeitado o pedido para que o Ministério da Defesa abra processo administrativo disciplinar contra os diretores da Anac, feito por Gustavo Fruet (PSDB-PR). Parlamentares aliados ao governo
compareceram à CPI e negaram qualquer articulação.
A votação foi encerrada
quando entraram em pauta requerimentos mais polêmicos,
como a convocação do empresário acusado pelo brigadeiro
José Carlos de lobby na Anac.
"Já ouvimos o brigadeiro.
Não podemos convocar alguém
toda vez que fazem uma ilação
na imprensa", disse o relator
petista Marco Maia (RS). "E já
ouvimos o presidente da Anac.
Não precisamos ouvir todos os
diretores, sob risco de as sessões ficarem repetitivas e acabar em pastelões", afirmou.
Pilhagem
À tarde, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti
Saito, foi questionado na CPI
sobre a medalha Santos Dumont concedida à diretoria da
Anac três dias depois do acidente do vôo da TAM. Constrangido, respondeu que a
agência precisa de apoio. "É um
prêmio por serviços futuros?",
questionou Vic Pires (DEM-PA). Saito não respondeu.
Ele disse que o ministro da
Defesa estuda criar uma coordenação para os três principais
órgãos da aviação civil: Decea,
Infraero e Anac.
Saito disse na CPI "lamentar
muito" ver os militares envolvidos no resgate dos corpos do
vôo 1907 da Gol, que caiu na
Amazônia em setembro, serem
chamados de "marginais". A
observação é referência a reportagem do jornal "O Estado
de S.Paulo" sobre documentos
e jóias "pilhados" das vítimas.
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