São Paulo, quinta-feira, 09 de agosto de 2007

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Base do governo derruba convocação de diretores da Anac para depor em CPI

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em sessão acalorada na CPI do Apagão Aéreo da Câmara, a base do governo derrubou o pedido de convocação do brigadeiro José Carlos Pereira, ex-presidente da Infraero, e de dois diretores da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Leur Lomanto e Josef Barat.
A quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico dos diretores da agência nem sequer foi apreciada, pois a maioria votou pelo adiamento da sessão. Deputados da oposição se queixaram de "blindagem" feita pelo PT para impedir a investigação de lobby na Anac.
Também foi rejeitado o pedido para que o Ministério da Defesa abra processo administrativo disciplinar contra os diretores da Anac, feito por Gustavo Fruet (PSDB-PR). Parlamentares aliados ao governo compareceram à CPI e negaram qualquer articulação.
A votação foi encerrada quando entraram em pauta requerimentos mais polêmicos, como a convocação do empresário acusado pelo brigadeiro José Carlos de lobby na Anac.
"Já ouvimos o brigadeiro. Não podemos convocar alguém toda vez que fazem uma ilação na imprensa", disse o relator petista Marco Maia (RS). "E já ouvimos o presidente da Anac. Não precisamos ouvir todos os diretores, sob risco de as sessões ficarem repetitivas e acabar em pastelões", afirmou.

Pilhagem
À tarde, o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito, foi questionado na CPI sobre a medalha Santos Dumont concedida à diretoria da Anac três dias depois do acidente do vôo da TAM. Constrangido, respondeu que a agência precisa de apoio. "É um prêmio por serviços futuros?", questionou Vic Pires (DEM-PA). Saito não respondeu.
Ele disse que o ministro da Defesa estuda criar uma coordenação para os três principais órgãos da aviação civil: Decea, Infraero e Anac.
Saito disse na CPI "lamentar muito" ver os militares envolvidos no resgate dos corpos do vôo 1907 da Gol, que caiu na Amazônia em setembro, serem chamados de "marginais". A observação é referência a reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo" sobre documentos e jóias "pilhados" das vítimas.


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