São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2008

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Secretaria da Segurança volta a negar dados sobre crimes

Em carta, sociólogo disse que pasta não nega informações

ANDRÉ CARAMANTE
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A Secretaria de Estado da Segurança Pública voltou ontem a negar dados de criminalidade desagregados por distritos policiais da capital.
A Folha pediu informações sobre os 29 casos de latrocínio e sobre os 84 roubos a banco ocorridos na capital no primeiro semestre deste ano, segundo dados da própria secretaria. Nos dois casos, a resposta obtida foi negativa.
Em carta ao jornal, publicada anteontem, o sociólogo Túlio Kahn, responsável pela CAP (Coordenadoria de Análise e Planejamento), órgão da pasta, afirmou textualmente que "a Secretaria da Segurança Pública não se nega a repassar dados desagregados de criminalidade quando sabe que estes serão analisados de maneira correta e responsável".
Diante disso, a Folha fez os novos pedidos, que voltaram a ser negados pela secretaria sob o argumento de que os números absolutos levam a conclusões equivocadas.
A pasta informou que só pode divulgar os números divididos por 100 mil habitantes, dado que ela diz não possuir.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou ter apenas os números absolutos e disse que não pode repassar a informação.
A secretaria recomenda que a informação sobre criminalidade na cidade de São Paulo seja analisada a partir do estudo "Olhar São Paulo - Violência e Criminalidade", divulgado pela Secretaria Municipal de Planejamento.
Ocorre que o estudo conta com informações referentes ao período de 2000 a 2005, ou seja, com três anos de defasagem.

Roubos a banco
Sobre os roubos a banco, a assessoria de imprensa da secretaria sugeriu à Folha uma reportagem sobre o desmantelamento, em 15 de julho, do que a pasta considera a maior quadrilha que atuava na cidade.
O jornal publicou uma reportagem no dia seguinte, 16 de julho, a respeito do assunto.
A reportagem informava que os presos eram acusados de integrar uma quadrilha responsável por roubar mais de R$ 5 milhões em cerca de 30 assaltos nos últimos dois anos na cidade de São Paulo.
A reportagem que a secretaria propôs teria de ser feita, segundo a própria pasta, sem a informação das ocorrências distribuídas por regiões da cidade, já que o governo não iria fornecer estes números.
A pasta informou ainda que só tem a obrigação de divulgar os dados que constam na lei estadual 9.155, de 1995, que determina a publicação, a cada três meses, dos dados totalizados em três grandes áreas: capital, Grande São Paulo e interior do Estado.


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