São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2008

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Haddad foi "oportunista", diz Paulo Renato

Ministro da Educação no governo FHC rebate críticas do atual de que avaliações feitas anteriormente eram "festa"

DA SUCURSAL DO RIO

Ministro da Educação no governo FHC, o deputado federal Paulo Renato Souza (PSDB) rebateu ontem as críticas do atual, Fernando Haddad, de que as avaliações feitas anteriormente eram uma "festa" e de que "todo mundo era aprovado pelo Inep [órgão de avaliação do MEC]".
"Acho que o ministro foi deselegante, descuidado e oportunista. Ele deve saber muito bem que todos os processos de avaliação do ensino superior hoje existentes foram criados no governo FHC, inclusive as visitas in loco [aos cursos]."
Segundo ele, não há instrumento de avaliação do ensino superior que não foi criado em seu período. "Gostaria de ver se o atual governo teria coragem de criar o sistema de avaliação do ensino superior."
O atual ministro, ao ser questionado na quarta sobre a qual período se referia ao fazer as críticas, deu como exemplo o Provão -criado na gestão Paulo Renato- e os conceitos usados na época por especialistas que avaliavam os cursos em visitas. Segundo Haddad, "vários cursos que reiteradamente recebiam na época o conceito E [o pior no Provão] eram aprovados como cursos muito bons pela comissão de especialistas".
Ele disse que, com o novo modelo, isso não ocorrerá mais.
Já o ex-ministro criticou o atual sistema de avaliação: "Acho que houve um brutal retrocesso. O Enade [exame que substituiu o Provão a partir de 2004] não significa nada em termos de avaliação. É um desperdício de dinheiro público, porque, ao contrário do Provão, é por amostragem. O que garantia o Provão era seu caráter universal [todos os alunos tinham que fazer o exame para receber o diploma]".
Ontem, Haddad não comentou o assunto. Em nota, sua assessoria disse que "a referência feita [em reportagem da Folha anteontem] ao "período anterior" não se reporta a governos anteriores, e, sim, a uma metodologia vigente até o ano passado, em que as comissões de avaliação atribuíam conceitos aos cursos superiores sem a necessidade de se manifestar sobre os indicadores de qualidade apurados pelo Inep, seja pelo Provão ou pelo Enade".


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