São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2008

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Prefeitura de SP sabe de lixão desde abril

Praça no centro foi cercada em maio pela Subprefeitura da Sé, mas portões ficam abertos e lixo continua sendo jogado no local

Entulho e material orgânico estão em praça próximo ao terminal Pq. Dom Pedro 2 e à r. 25 de Março; limpeza será feita em até 15 dias, diz órgão

TALITA BEDINELLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma praça em pleno centro de São Paulo, próximo ao terminal Parque Dom Pedro 2 e à rua 25 de Março, ganhou um lixão a céu aberto. No local, estão sendo depositados desde restos de construções e móveis velhos até sacos de lixo cheios de material orgânico.
Diariamente, passam pela rua 25 de Março cerca de 500 mil pessoas, número que duplica nas vésperas de datas comemorativas. Pelo terminal Parque Dom Pedro 2, passam, por dia, 162 mil pessoas.
A Subprefeitura da Sé afirma que o local tornou-se um depósito clandestino de entulho e de lixo e que os dejetos depositados no lugar serão removidos nos próximos 15 dias.
A área fica na avenida do Estado, embaixo da intersecção entre os viadutos Mercúrio, 25 de Março e Antônio Nakashima, na baixada do Glicério. É possível acessá-la por meio de dois portões -um pequeno, para pedestres, e um maior, para veículos de grande porte, como caminhões. Nenhum dos dois está trancado, de acordo com a subprefeitura.
O órgão sabe da existência do lixão desde, pelo menos, abril deste ano, quando começou o processo de compra de grades para cercar o local. As cercas foram colocadas em maio.
O objetivo, de acordo com o órgão, era evitar que o entulho e o lixo fossem despejados por caminhões clandestinos na área, o que não surtiu resultado. Ontem, havia uma montanha de sacos de lixo e restos de madeira, misturados com terra, no meio da praça. Uma adolescente brincava perto da pilha e moradores de rua se protegiam da chuva embaixo de um dos viadutos, também dentro da área, anteontem.
De acordo com a professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo Wanda Risso Günter, o lixo acumulado no terreno pode trazer prejuízos à saúde dos freqüentadores da praça e dos moradores da região. "O resíduo pode ser um criadouro de vetores, como ratos, baratas, moscas e mosquitos, que podem passar doenças para a população." "Uma rata, que passa a morar ali, pode parir em média dez ratos, que podem transmitir leptospirose, febre da mordedura e tifo", afirma.
A professora ressalta ainda que o local pode servir de criadouro para o mosquito transmissor da dengue, Aedes aegypti. "Ele se prolifera em água parada. Se chover, como nos últimos dias, e tiver uma garrafa vazia, ele coloca o ovo. Pode picar alguém contaminado e passar a doença."


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