São Paulo, sábado, 09 de agosto de 2008

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Área ainda não é reconhecida como especialidade

DA REPORTAGEM LOCAL

Não há dados sobre o crescimento da psicooncologia no Brasil no Conselho Federal de Psicologia, no Inca (Instituto Nacional do Câncer) ou na SBPO (Sociedade Brasileira de Psicooncologia). Mas o 10º congresso sobre o tema, em agosto próximo, os cursos de especialização lato sensu com matrículas abertas -alguns até por correspondência-, e o número de psicooncologistas certificados (128 desde 2005) atestam o interesse pela nova área.
"Até há quatro anos [a área] era praticamente desconhecida", diz Humberto Verona, presidente do Conselho Federal de Psicologia. "E tem crescido, sim." Segundo ele, a presença de trabalhos sobre psicooncologia é cada vez maior nos congressos.
"Mas são em geral relatos de experiência, poucos são de pesquisa." Por isso o campo ainda não foi reconhecido como especialidade pelo CFP.
A portaria 3.535 do Ministério da Saúde, de 1998, exige que haja psicólogos clínicos nos centros de oncologia, mas sem mencionar a necessidade de psicooncologistas. "Em princípio, todo psicólogo está preparado para lidar com situações adversas", diz Verona. Visão da qual os especialistas divergem.
"Tem muito psicólogo despreparadíssimo em hospital, fazendo bobagem", diz Maria Margarida Carvalho, presidente da comissão científica da SBPO, para quem a especialização é fundamental para lidar com pacientes com câncer. "Tem que entender de psicologia, de morte e da evolução da doença", diz Carvalho.


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