SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA

O governo de Alagoas e o Comando Geral da Policia Militar decidiram exonerar de cargos de confiança pelo menos três comandantes que se posicionaram contra o projeto de lei que muda critérios de promoção.
Na última sexta, o subcomandante-geral da PM, Cláudio Omena, o segundo na hierarquia da PM e que era publicamente contrário ao projeto, teve a exoneração publicada no "Diário Oficial".
O comandante do Policiamento do Interior, coronel Nerecinor Sarmento, e o diretor de pessoal da PM, coronel Veríssimo Rocha, também serão afastados.
Os afastamentos de Sarmento e de Rocha foram anunciados na sexta e serão formalizados até o final desta semana. O coronel Omena irá assumir o cargo de ajudante-geral da Polícia Militar.
Sarmento disse acreditar que tenha sofrido retaliação. "Eu era um dos líderes que defendiam que a PM não poderia aceitar isso [projeto de lei] até porque ele não foi discutido com o alto comando. Tomamos conhecimento do projeto de lei pelo "Diário Oficial"."
Segundo Sarmento, na reunião, o comandante-geral da PM, coronel Edmilson Cavalcante, teria dito que o governador disse ter sofrido pressões políticas.
"Ele disse na presença de 14 coronéis que a exoneração do comandante do Policiamento do Interior tinha sido uma determinação expressa do governador [Ronaldo Lessa (PSB)], por pressões políticas", afirmou Sarmento.
"Depois de um certo tempo, é natural que haja uma renovação de cabeças para que a corporação possa respirar", disse o comandante-geral da PM, coronel José Edmilson Cavalcante. Segundo ele, a decisão de afastar o subcomandante foi tomada juntamente com o governador Ronaldo Lessa (PSB). Ele nega que tenha sido uma retaliação aos coronéis.
O projeto de lei, encaminhado à Assembléia Legislativa pelo Executivo foi aprovado na semana passada e aguarda sanção do governador para entrar em vigor.
Entre outras, a nova lei determina que o policial que atingir 35 anos de serviço na corporação passa automaticamente à reserva.


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