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Testado remédio contra ejaculação precoce
Antidepressivo pode prolongar a duração do ato sexual em até quatro vezes; no estudo foram analisados 2.614 homens
Medicamento é o primeiro especialmente feito para
esse fim; problema, ligado à ansiedade, atinge até 30% da população masculina
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um antidepressivo com poder de prolongar a duração do
ato sexual em até quatro vezes é
a nova promessa da indústria
farmacêutica para tratar a ejaculação precoce.
O problema está associado a
um alto grau de ansiedade e
chega a afetar 30% dos homens,
segundo a literatura médica internacional.
Anteontem, a revista médica
inglesa "The Lancet" publicou
um estudo em que pesquisadores da Universidade de Minnesota (EUA) anunciaram ter
comprovado a eficácia e a segurança da dapoxetina, o primeiro medicamento especialmente desenvolvido para tratar a
ejaculação precoce.
A droga, que ainda está em
estudo, é quimicamente semelhante à família de antidepressivos chamada inibidores seletivos de recaptação de serotonina (SSRI, na sigla em inglês).
A vantagem sobre os outros antidepressivos é a sua ação imediata. O uso deve ser entre uma
e três horas antes do ato sexual.
"A dapoxetina pode ser usada
sob demanda, ou seja, quando o
indivíduo vai ter relação sexual.
Com outros antidepressivos, é
preciso o uso contínuo", explica o urologista Miguel Srougi,
professor-titular da Faculdade
de Medicina da USP.
A droga mantém a serotonina, responsável pela sensação
de bem-estar, mais tempo no
organismo. Quanto mais tempo os centros cerebrais que regulam a ejaculação estiverem
com serotonina, mais o indivíduo demora para ejacular.
No estudo, pesquisadores
combinaram dois testes com o
medicamento. Foram analisados 2.614 homens com problemas de ejaculação precoce em
grau moderado a grave, entre
18 e 77 anos, e em relações monogâmicas por mais de seis meses. Eles receberam dosagens
de 30 mg ou 60 mg de dapoxetina, ou ainda um placebo.
No início do estudo, esses homens ejaculavam, em média,
menos de um minuto após a penetração. Doze semanas depois, o tempo subiu para
1min45 naqueles que tomaram
placebo, 2min47 entre os que
foram medicados com 30 mg de
dapoxetina, e 3min19 nos que
ingeriram 60 mg da droga.
"A dapoxetina se mostrou segura e tolerável, além de melhorar a percepção dos pacientes no controle da ejaculação.
Suas parceiras também se beneficiaram", disse o coordenador da pesquisa Jon Pryor.
Segundo a psiquiatra e sexóloga Carmita Abdo, professora
da Faculdade de Medicina da
USP, são necessários mais estudos sobre a segurança da droga,
especialmente no uso associado a outros medicamentos.
A dapoxetina foi desenvolvida pela Alza Corporation, afiliada da Johnson & Johnson. O
FDA, agência americana que
regula os remédios, avalia o pedido de aprovação da droga.
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