|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Novo projeto do governo tenta obrigar a produção de remédios fracionados no país
DA REPORTAGEM LOCAL
A última cartada do governo
federal para fazer o fracionamento decolar foi o envio de
um projeto de lei ao Congresso,
em maio, que obriga a indústria
farmacêutica a fracionar os
produtos sob risco de perda do
registro do remédio. O setor está analisando o projeto.
"Pelo simples fato de ter esse
viés de obrigar, acho que o caminho não é por aí. Em geral,
uma multinacional tem uma
única linha de produção. [com
o fracionamento] No mundo
todo vai ser de um jeito e, no
Brasil, de outro", avalia Ciro
Mortella, da Febrafarma.
Segundo Marco Pacileo, diretor de fábrica da Boheringer Ingelheim, que ainda não iniciou
o fracionamento, a empresa vai
gastar mais material de embalagem -o blister fracionado é
maior-, e acrescentar mais
complexidade à produção, o
que tornará o produto mais caro. Ele estima que será preciso
investimento de R$ 3 milhões
para a adaptação.
"Hoje temos uma série de
dispositivos de segurança no
produto. Da maneira como o
fracionamento foi proposto,
você perde o código de barras e
a "raspadinha", ou seja, perde os
instrumentos para checar se o
produto é original."
Para as empresas que estão
fracionando, as vendas estão
aquém das expectativas. Mauro
Garcia, um dos diretores da
Cristália, diz que o varejo ainda
está se adequando ao fracionamento. A empresa acaba de lançar cinco fracionados disponíveis em 96 cidades brasileiras.
A venda não chega a 2% dos
produtos originais.
Segundo Telma Salles, diretora do grupo EMS Sigma
Pharma, o escoamento dos fracionados está lento. "Falta demanda. Só não perco produto
porque trabalho com o princípio ativo em outras apresentações." O grupo trabalha com
nove classes terapêuticas fracionadas. O investimento para
a adequação foi de R$ 1,5 milhão.
(CC)
Texto Anterior: Para o Procon, programa tem de ser obrigatório Próximo Texto: Testado remédio contra ejaculação precoce Índice
|