São Paulo, sábado, 09 de setembro de 2006

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Novo projeto do governo tenta obrigar a produção de remédios fracionados no país

DA REPORTAGEM LOCAL

A última cartada do governo federal para fazer o fracionamento decolar foi o envio de um projeto de lei ao Congresso, em maio, que obriga a indústria farmacêutica a fracionar os produtos sob risco de perda do registro do remédio. O setor está analisando o projeto.
"Pelo simples fato de ter esse viés de obrigar, acho que o caminho não é por aí. Em geral, uma multinacional tem uma única linha de produção. [com o fracionamento] No mundo todo vai ser de um jeito e, no Brasil, de outro", avalia Ciro Mortella, da Febrafarma.
Segundo Marco Pacileo, diretor de fábrica da Boheringer Ingelheim, que ainda não iniciou o fracionamento, a empresa vai gastar mais material de embalagem -o blister fracionado é maior-, e acrescentar mais complexidade à produção, o que tornará o produto mais caro. Ele estima que será preciso investimento de R$ 3 milhões para a adaptação.
"Hoje temos uma série de dispositivos de segurança no produto. Da maneira como o fracionamento foi proposto, você perde o código de barras e a "raspadinha", ou seja, perde os instrumentos para checar se o produto é original."
Para as empresas que estão fracionando, as vendas estão aquém das expectativas. Mauro Garcia, um dos diretores da Cristália, diz que o varejo ainda está se adequando ao fracionamento. A empresa acaba de lançar cinco fracionados disponíveis em 96 cidades brasileiras. A venda não chega a 2% dos produtos originais.
Segundo Telma Salles, diretora do grupo EMS Sigma Pharma, o escoamento dos fracionados está lento. "Falta demanda. Só não perco produto porque trabalho com o princípio ativo em outras apresentações." O grupo trabalha com nove classes terapêuticas fracionadas. O investimento para a adequação foi de R$ 1,5 milhão. (CC)


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