São Paulo, domingo, 09 de setembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PMs e bombeiros que trabalharam na área têm seqüelas, afirma associação

DA AGÊNCIA FOLHA, EM GOIÂNIA

A maioria dos bombeiros e policiais militares que participaram dos trabalhos de isolamento da área, onde ocorreu a tragédia em 1987, e de ajuda às vítimas possui seqüelas físicas, segundo a Associação de Militares Vítimas do Césio.
Uma sindicância que tramita na Polícia Militar mostra que, de um grupo de 208 pessoas que trabalharam no local, 205 apresentam seqüelas. Os casos mais comuns são de alergias e problemas ósseos e estomacais. Oito policiais já morreram.
Um dos policiais que liderou as operações diz que os PMs foram ameaçados de serem processados por insubordinação se houvesse recusa ao serviço.
O secretário da associação, Santos Manoel de Almeida, diz que os policiais atuaram no local com a farda comum -sem equipamentos de proteção- e não foram avisados sobre as conseqüências da exposição. No princípio dos trabalhos, segundo ele, foi dito que se tratava de um vazamento de gás. Líderes das operações negam.
Os 208 profissionais formam um grupo em processo de promoção por "ato de bravura" pela exposição. Dos cerca de 600 PMs e bombeiros da operação, 120 foram reconhecidos como vítimas e recebem pensão do governo do Estado.

Câncer
A Associação de Vítimas do Césio-137 monitora, informalmente, o número de casos de câncer na região do ferro-velho onde a cápsula foi aberta. Desde a tragédia, 70 pessoas que moram na região desenvolveram a doença, segundo a pesquisa. O governo do Estado diz que pesquisas feitas na cidade pelo Registro de Câncer, ligado à Organização Mundial de Saúde, mostram que os casos de câncer aumentaram na última década na mesma proporção do que em outros municípios. (FB)


Texto Anterior: Acidente em 1987 reforçou controle no país
Próximo Texto: Gilberto Dimenstein: A primavera de São Paulo tem mais flores
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.