São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2008

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FGV do Rio obtém a maior nota no ranking do MEC

Faculdades privadas "temáticas" recebem as 4 maiores notas, superando a Unifesp

Além de duas faculdades da FGV do Rio, a escola de administração da FGV de SP e um curso de odontologia de Campinas estão entre as top


FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

As faculdades privadas com foco em uma determinada área foram as que obtiveram as quatro maiores notas no índice geral de cursos, indicador do MEC que busca avaliar a qualidade das escolas superiores.
A líder foi a Escola Brasileira de Economia e Finanças, da FGV do Rio, que ficou com 483 pontos em 500 possíveis, acima dos 439 pontos da Unifesp, líder na categoria universidades. Em seguida vieram a Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic (Campinas), com 482; a Escola de Administração da FGV do Rio (467); e a Escola de Administração da FGV de São Paulo (458).
"Essas escolas são como butiques. Quem pode pagar vai ter um ensino de altíssima qualidade, pois elas têm graduação e pós-graduação muito fortes, com boa infra-estrutura e corpo docente", disse o pesquisador Oscar Hipólito, do Instituto Lobo e ex-diretor do Instituto de Física da USP-São Carlos.
Em geral, as mensalidades passam dos R$ 1.000 - a Escola de Economia da FGV do Rio, por exemplo, cobra R$ 1.320; o curso de administração da FGV de SP, mais de R$ 2.000.
"Elas conseguem alto grau de especialização por serem focadas. Por outro lado, os alunos não têm um convívio com outras áreas, como em uma universidade", disse Hipólito.
Segundo Carlos Ivan Simonsen Leal, presidente da FGV, os resultados não surpreendem. No caso da escola com melhor avaliação (economia e finanças), ele diz que o vestibular é rigoroso. "Poderíamos ter mais alunos, mas fazemos um processo de seleção rigoroso porque o objetivo é formar os melhores. Queremos ser reconhecidos como um curso de excelência internacional", diz ele.
Se por um lado as faculdades estão entre as instituições top do país, 28,1% dessas escolas obtiveram conceitos 1 ou 2 (os mais baixos).
"Esse tipo de organização possui os extremos, pois toda instituição tem de começar como faculdade. Por isso, muitas escolas são novas, sem a devida estrutura", disse Hipólito.
Das 21 instituições que obtiveram conceito 5 (o maior, com notas entre 395 e 500), apenas três são universidades.
As universidades possuem mais autonomia para abrir cursos e vagas, mas têm de cumprir exigências como contar com um terço do corpo docente com a titulação de mestre ou doutor. Já as faculdades não precisam cumprir regras como essa, mas precisam de autorização do MEC para abrir cursos.


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