São Paulo, terça-feira, 09 de setembro de 2008

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VANOR FERREIRA NETO (1936-2008)

A alegria botafoguense entre rubro-negros

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Vanor Ferreira Neto, chamado seu Vanor pelos amigos, teve um filho e dois sonhos: ver a família unida e o Botafogo todo ano campeão.
Não só teve de acompanhar os altos e baixos da equipe do coração como viu o filho virar a casaca. No álbum de família, o garoto vestia a número dez do Botafogo. Era forçado. Quando cresceu, Maurício tornou-se flamenguista.
Mesmo assim, o primeiro dos sonhos se realizou. O pai botafoguense levava o filho flamenguista ao Maracanã. Ficava na torcida do rival, pelo bem da família.
Maurício se lembra até hoje daquele Botafogo e Flamengo. O time do pai deu de 3 a 0 no time do filho. Na multidão de rubro-negros, seu Vanor ficou na dele e, no final da partida, não conseguiu segurar as lágrimas.
Questionado sobre a razão do choro, respondeu que compartilhava a dor da derrota com a torcida. Anos mais tarde, Maurício entendeu que aquilo era alegria de botafoguense disfarçada.
Filho de fazendeiro, Vanor nasceu em Recreio (MG), fez o serviço militar obrigatório em Juiz de Fora (MG) e se mudou para o Rio, atrás de emprego. Começou na Esso, passou por uma associação médica e acabou na recém-criada ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), sempre na parte administrativa.
Foi casado por 38 anos e funcionário da ABP por mais de 40. Morreu na sexta, no Rio, aos 72, de parada cardíaca. Deixou um flamenguista.

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