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Presidente da ex-Febem retorna ao cargo
Berenice Giannella havia sido afastada pela Justiça na última quinta; desligamento foi baseado em irregularidades administrativas
Afastamento de Berenice Giannella foi fundamentado em laudos sobre ausência
de medidas para coibir violência contra os internos
DEH OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE
O presidente do Tribunal de
Justiça de São Paulo, Roberto
Antonio Vallim Bellocci, concedeu liminar ontem à presidente da Fundação Casa (antiga Febem), Berenice Maria
Giannella, para reconduzi-la ao
cargo. Ela havia sido afastada
na última quinta, por decisão
da juíza Mônica Ribeiro de
Souza Paukoski, do Deij (Departamento de Execuções da
Infância e Juventude).
O afastamento teve como
base dois processos administrativos de apuração de irregularidades na unidade 37, do
complexo Raposo Tavares, e
da unidade Tietê, do complexo
Vila Maria.
A fundamentação da decisão
para afastá-la foram irregularidades na manutenção de adolescentes em situação de "mero
confinamento, ociosidade e segregação punitiva", e sem medidas para coibir a violência
contra os internos.
Segundo a assessoria da Fundação Casa, a unidade 37, do
complexo Raposo Tavares, estava fechada desde janeiro e
passou por reformas. Nesse período, nenhum adolescente ficou internado no local.
Sobre a unidade Tietê, na Vila Maria, a assessoria informou
que foi extinta em 6 de dezembro de 2007 e que o local passou por reformas e adaptações.
No lugar foram abertas duas
novas unidades para 45 adolescentes cada uma, cuja abertura
ocorreu em 27 de maio. Na ocasião, a fundação afirmou que as
unidades funcionavam "com
base num programa pedagógico desenvolvido para atender
os adolescentes reincidentes",
e que e as medidas foram "oficialmente informadas ao Judiciário à época dos fatos".
Repetição
Gianella já foi afastada do
cargo pela Justiça outras duas
vezes. A penúltima ocorreu em
novembro de 2007, também
por decisão de Paukoski.
Em seu despacho, a juíza citou laudos de instituições como
o Conselho Regional de Enfermagem. De acordo com Paukoski, os órgãos concluíram
que as unidades"colocavam
em risco a integridade dos adolescentes e funcionários que lá
permanecem".
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