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foco
Cerca de 30 pichadores invadem galeria de arte e danificam obras expostas
DANIELA MERCIER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Um grupo de pichadores
invadiu, no último sábado, a
Galeria Choque Cultural, no
bairro de Pinheiros (zona
oeste de São Paulo), e danificou 20 obras de arte expostas no local.
A galeria é voltada à divulgação e à venda de trabalhos
de arte underground, como
grafite e design gráfico.
A ação foi organizada pelo
artista Rafael Guedes Augustaitiz, o Rafael Pixobomb,
que foi expulso do Centro
Universitário Belas Artes em
julho deste ano, por organizar uma pichação no prédio
da faculdade.
Os pichadores fazem parte
do movimento intitulado
"PiXação: Arte Ataque Protesto", que tem como meta
protestar contra a comercialização da arte de rua.
De acordo com o grupo, a
galeria não representa a cultura urbana, e seus criadores
não fazem parte do movimento de rua.
Entre as obras danificadas
estão quadros de Gerald
Laing, referência inglesa da
pop art, e do artista de rua
brasileiro Daniel Melim.
Invasão
A galeria estava em funcionamento quando o grupo de
cerca de 30 pessoas, segundo
informações do boletim de
ocorrência, invadiu o local e
pichou paredes, quadros e
outros objetos em exposição.
A ação durou aproximadamente cinco minutos.
O grupo foi chamado a fazer a pichação por meio de
um "convite" enviado por e-mail, que dizia o seguinte:
"Evadiremos com nossa arte
protesto uma "bosta" de galeria de arte segundo sua ideologia abriga artista do movimento underground. Então
é tudo nosso [sic]".
Procurado pela Folha, Augustaitiz não quis comentar
a pichação e disse que "a
ação falava por si mesma".
Baixo Ribeiro, um dos
proprietários da Choque
Cultural, afirmou que o
evento teve "pouca importância" e não quis falar mais
sobre a invasão ocorrida.
Na tarde de ontem, um boletim de ocorrência foi registrado no 14º Distrito Policial
de São Paulo.
Segundo o DP, o proprietário já foi notificado para
fazer representação contra o
grupo, condição para abertura de inquérito no caso de
um crime de natureza privada. O caso foi classificado como dano ao patrimônio.
Belas Artes
Na época em que Augustaitiz organizou a pichação
no prédio da Belas Artes, ele
alegou que a ação fazia parte
do seu TCC (trabalho de
conclusão de curso) em artes
visuais. Augustaitiz não chegou a se formar.
Participaram da ação,
ocorrida em 11 de junho, 40
jovens portando sprays. Eles
chegaram à faculdade juntos, a pé, muitos deles mascarados, por volta das 21h,
com latas escondidas sob as
roupas. Cobriram a fachada,
a recepção, as escadas e as
salas de aula com letras pontudas que caracterizam a pichação paulista.
A Polícia Militar deteve sete jovens -incluindo o formando Augustaitiz.
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