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opinião
Autores de ação não conhecem contexto da arte
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Protestar contra a comercialização da arte por
parte de galerias de arte é
desconhecer o papel que
esses espaços exerceram e
exercem como local de experimentação e não apenas pelo valor mercantil
que imprimem ao circuito.
Foram em galerias comerciais que algumas das
mais radicais ações na história da arte aconteceram,
como a performance de
Vito Acconci, na Sonnabend Gallery, em Nova
York, em 1972, quando o
artista se masturbava sob
um tablado por seis horas.
A ação foi considerada
tão importante que foi
reencenada, há dois anos,
por Marina Abramovic no
Guggenheim de Nova
York. Sem galerias "comerciais" a história da
performance, modalidade
que pode ser considerada
tão alternativa quanto o
grafite, seria diferente.
A Choque Cultural é hoje um local já estabelecido
que faz esse tipo de intermediação, isso é, incorpora uma ação artística mais
radical, como o grafite, que
tem na rua sua origem, ao
espaço mais convencional
da arte, o chamado cubo
branco, que sempre precisa de renovação.
Uma ação de "pixação"
tem um caráter muito
mais oportunista. Trata-se
de uma ação vazia, de
quem não conhece o contexto da arte, mas está é
em busca de 15 minutos de
fama, como dizia Andy
Warhol, outro artista que
sabia usar o espaço comercial para repensá-lo.
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