Sem sinais de violência ou arrombamento, a polícia investiga se ocorreu envenenamento ou intoxicação

Participação de uma terceira pessoa também é averiguada após celular de vítima não ser achado no local

AFONSO BENITES
DE SÃO PAULO

Um casal de comerciantes foi encontrado morto na noite de anteontem no apartamento onde eles viviam em Santana, na zona norte de São Paulo.
Como não havia sinais de violência nas vítimas nem arrombamento no apartamento, a polícia investiga se Luiz Carlos Coutinho, 47, e Darlene Martins Prestes, 54, foram envenenados ou se intoxicaram com algo que comeram.
Ambos tinham secreção amarela na boca e no nariz. "Não dá para saber se foi duplo homicídio, homicídio seguido de suicídio ou se foram intoxicados. Ainda precisamos ter acesso aos laudos que devem ficar prontos em até 30 dias", disse o delegado Renato Fernandes, do 13º DP.
Um dos indícios de que uma terceira pessoa possa ter participado das mortes é que o celular de Coutinho não foi encontrado.
Anteontem, por volta das 11h, o comerciante chegou a interfonar para a portaria do prédio dizendo para o funcionário chamar o resgate, pois sua mulher, que era hipertensa, estava passando mal.
Antes que o porteiro intercedesse, o próprio Coutinho disse que ligaria para os bombeiros. A polícia não sabe se ele fez essa chamada.
A morte dos dois foi constatada às 22h30, quando um filho de Darlene foi até o apartamento do casal.
No local, o rapaz encontrou o corpo de Coutinho, só de roupão, na entrada do apartamento, e o de Darlene, na área de serviço, vestindo pijama.

INVESTIGAÇÃO
Um fato que chamou a atenção dos investigadores é que havia vômito do cachorro do casal, um poodle, na sala do apartamento.
Funcionários e moradores do prédio onde eles viviam, um condomínio de classe média, disseram que o casal convivia em harmonia.
Coutinho e Darlene eram esperados, anteontem, para uma confraternização familiar no litoral paulista.
Robison, um irmão de Coutinho, chegou a ligar várias vezes em seu telefone celular para que ele fosse à festa, mas não foi atendido.
Por volta das 13h30, Coutinho retornou a ligação do irmão. Robison, entretanto, afirmou à polícia não ter ouvido a chamada. Voltou a ligar para o irmão, mas não obteve resposta.


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