São Paulo, terça-feira, 09 de outubro de 2007

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Familiares se revoltam e dizem que casal planejava se casar

COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM ARAÇATUBA

A faxineira Alessandra Alves, 26, e o metalúrgico Alessandro Santos, 27, tinham planos de se casar. Os dois, que estavam numa moto, morreram na hora, após o acidente com a picape do promotor Wagner Grossi. O filho de Alessandra, Adriel Alves, 7, também não resistiu.
Ontem, no enterro, houve comoção e revolta dos familiares. A faxineira, que mantinha um relacionamento de 11 meses com o metalúrgico, voltava da casa de sua irmã, a também faxineira Sandra Regina Alves da Silva, 32. "Justiça para quem é rico não existe. Ele deveria ter ficado preso, mas como é autoridade, nada aconteceu", reclama a irmã.
Também irmão da vítima, o cortador de cana Wilson Alves da Silva, 28, chegou a ver os corpos estirados na rodovia, logo após o acidente. Segundo ele, o promotor desceu da picape com uma lata de cerveja na mão, visivelmente embriagado, e teve de ser levado do local para não ser linchado. "A Justiça maior vem de Deus", afirmou.
A mãe de Alessandra, a dona-de-casa Rosa Pereira Alves, 55, disse que planeja pedir uma indenização ao Estado. "Ele brincou com a vida. É um absurdo uma autoridade fazer uma coisas dessas", afirmou. O enterro foi acompanhado por dezenas de familiares e amigos do casal.
Para a mãe do metalúrgico morto no acidente, a dona-de-casa Maria Aparecida da Silva Santos, 48, o promotor deveria estar preso. "Ele foi cruel demais e foi pego em flagrante. Não é porque ele é da lei que pode fazer isso com a vida dos outros", disse. Segundo ela, ele tinha planos de acabar de construir a casa para oficializar a união. (ALESSANDRA NOGUEIRA)


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