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Familiares se revoltam e dizem que casal planejava se casar
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM ARAÇATUBA
A faxineira Alessandra Alves,
26, e o metalúrgico Alessandro
Santos, 27, tinham planos de se
casar. Os dois, que estavam numa moto, morreram na hora,
após o acidente com a picape do
promotor Wagner Grossi. O filho de Alessandra, Adriel Alves,
7, também não resistiu.
Ontem, no enterro, houve comoção e revolta dos familiares.
A faxineira, que mantinha um
relacionamento de 11 meses
com o metalúrgico, voltava da
casa de sua irmã, a também faxineira Sandra Regina Alves da
Silva, 32. "Justiça para quem é
rico não existe. Ele deveria ter
ficado preso, mas como é autoridade, nada aconteceu", reclama a irmã.
Também irmão da vítima, o
cortador de cana Wilson Alves
da Silva, 28, chegou a ver os corpos estirados na rodovia, logo
após o acidente. Segundo ele, o
promotor desceu da picape
com uma lata de cerveja na
mão, visivelmente embriagado,
e teve de ser levado do local para não ser linchado. "A Justiça
maior vem de Deus", afirmou.
A mãe de Alessandra, a dona-de-casa Rosa Pereira Alves, 55,
disse que planeja pedir uma indenização ao Estado. "Ele brincou com a vida. É um absurdo
uma autoridade fazer uma coisas dessas", afirmou. O enterro
foi acompanhado por dezenas
de familiares e amigos do casal.
Para a mãe do metalúrgico
morto no acidente, a dona-de-casa Maria Aparecida da Silva
Santos, 48, o promotor deveria
estar preso. "Ele foi cruel demais e foi pego em flagrante.
Não é porque ele é da lei que
pode fazer isso com a vida dos
outros", disse. Segundo ela, ele
tinha planos de acabar de construir a casa para oficializar a
união.
(ALESSANDRA NOGUEIRA)
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