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Após recuo do governo, Câmara aprova versão esvaziada do Pronasci
Propostas de criação de três bolsas foram retiradas da medida provisória
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados
aprovou ontem à noite uma
versão esvaziada do Pronasci
(Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania),
um dos principais projetos do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva no segundo mandato.
Temendo dificuldades para
aprovar a medida provisória
que cria o programa e sem consenso em sua própria base, o
governo foi obrigado a recuar.
Retirou da MP a proposta de
criação de três bolsas voltadas
para a promoção da segurança
pública. Uma daria R$ 100
mensais para jovens recém-saídos do serviço militar atuar em
bairros carentes. Outros R$
100 iriam para jovens que já tiverem cometido infração, como incentivo para deixar a
marginalidade. A terceira daria
R$ 190 para mulheres se tornarem líderes comunitárias.
"A base queria discutir mais.
Hoje [ontem] não tinha como
votar", disse o líder do governo,
José Múcio (PTB-PE).
A oposição foi mais explícita.
"Os reservistas e as mulheres
que entrarem nas comunidades serão identificados como
delatores e terão a vida posta
em risco. Já a bolsa para os infratores é um absurdo: é a bolsa-bandido, a bolsa-maconha",
diz Ayrton Xerez (DEM-RJ).
Sem as bolsas, a MP virou
uma espécie de declaração de
intenções. Pontos específicos
serão votados mais adiante. As
três bolsas serão reapresentadas como projeto de lei.
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