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São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2003

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SEGURANÇA SOB AMEAÇA

Atentados atribuídos ao PCC em SP teriam deflagrado medida; idéia é unificar ações em SP, MG e RJ

Governo cria força-tarefa contra o crime organizado

DA REPORTAGEM LOCAL

DA AGÊNCIA FOLHA

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, anunciou ontem a criação de uma força-tarefa dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais para o combate ao crime organizado. A atuação conjunta foi solicitada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
Segundo Thomaz Bastos, a medida teria sido deflagrada pelos atentados em São Paulo atribuídos à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Desde o domingo passado, 37 ataques foram registrados, segundo a Secretaria da Segurança Pública.
Da noite de anteontem até a madrugada de ontem, ocorreram até nove atentados contra prédios da polícia e casas de policiais militares. A secretaria só confirmou cinco. O restante está sob investigação.
"Talvez tenha sido deflagrado, precipitado por isso, mas no nosso projeto do Sistema Único de Segurança essas parcerias são previstas", disse o ministro depois de reunião com Alckmin na tarde de ontem, na capital paulista. Já houve a criação de uma força-tarefa entre Distrito Federal, Mato Grosso e Goiás.
Segundo Thomaz Bastos, o primeiro encontro do grupo reunirá governadores e secretários de Segurança Pública. Deve ocorrer na quarta-feira, em Brasília. Os governos do Rio e de Minas serão convocados hoje.
De acordo com o ministro, o objetivo principal é a atuação conjunta das inteligências dos diferentes órgãos estaduais e da Polícia Federal. Operações deverão ser feitas por equipes mistas. Thomaz Bastos disse acreditar que não será necessário financiamento específico para a força-tarefa.
O ministro anunciou a liberação de R$ 30 milhões do Fundo de Segurança Pública para São Paulo nesta semana. Também confirmou que o governo auxiliará no financiamento de bloqueadores de celulares para mais 15 presídios paulistas.
A Secretaria da Segurança Pública informou que 13 presos foram transferidos para o presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes. Supostos membros do PCC, eles teriam ligação com os últimos atentados e estariam planejando uma rebelião.
Os últimos ataques não deixaram feridos e ninguém foi preso. Três deles ocorreram na Baixada Santista. O 2º DP de São Vicente foi atingido por cerca de 20 disparos. Em Santos, uma base comunitária e uma companhia da PM também foram alvo de tiros. Segundo relato de policiais, seis homens armados, em três motos, passaram atirando contra os dois locais, que ficam próximos.
Em Barueri (Grande SP), quatro homens num Monza atacaram um posto da Polícia Rodoviária Estadual, no km 13,5 do Rodoanel. Também em Barueri, a casa de um PM foi alvo de tiros. Em São José dos Campos, a fachada de uma das bases do 46º Batalhão da Polícia Militar foi atingida por tiros de pistola. Outra base do mesmo batalhão, já desativada, também foi atacada. Havia um guarda municipal no local.
Em Guarulhos, também na Grande São Paulo, um grupo atirou para o alto em frente a uma base comunitária da PM. Em Ermelino Matarazzo (zona leste de SP), a casa de um PM foi atingida por tiros.


Colaboraram o "Agora" e as Regionais


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