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Colégios de SP oferecem "high school"
Em 2009, alunos cursarão ensino médio do Brasil e dos EUA simultaneamente
Dante Alighieri, Magno e Pentágono terão disciplinas de escolas americanas; diploma será emitido por universidade do Texas
RICARDO WESTIN
DA REPORTAGEM LOCAL
A partir do ano que vem, estudantes de três colégios particulares de São Paulo poderão
obter o diploma norte-americano de "high school" (equivalente ao ensino médio) sem fazer intercâmbio nos EUA.
Os colégios Dante Alighieri,
Magno e Pentágono acrescentarão às suas grades curriculares as disciplinas das escolas
americanas que não são ensinadas no Brasil, como política,
economia, história americana,
literatura inglesa e oratória.
Pela manhã, os alunos continuarão estudando como sempre fizeram, em português. As
aulas do currículo americano
serão dadas à tarde, por professores estrangeiros. Os adolescentes só poderão falar inglês.
Para o currículo extra ser oficialmente aceito nos Estados
Unidos, os três colégios firmaram um convênio com a TTU
(Texas Tech University), uma
universidade autorizada a ministrar cursos a distância.
A TTU enviará funcionários
ao Brasil de tempos em tempos
para monitorar a qualidade das
aulas. Todos os exames e trabalhos dos alunos serão corrigidos nos EUA -chegarão aos
professores americanos pelo
correio. Os diplomas de "high
school" serão emitidos pela
universidade texana.
As aulas do currículo americano serão opcionais. Os valores ainda não foram definidos,
mas as escolas estimam algo
em torno de US$ 350 (cerca de
R$ 750) por mês -além das
mensalidades, que custam em
média R$ 1.400.
"É mais barato que um intercâmbio e um bom curso de inglês", compara o diretor do
Dante, Lauro Spaggiari.
As vantagens do "high
school" feito no Brasil vão além
do aspecto financeiro. O inglês
que o aluno adquire é o formal,
não o coloquial das escolas de
idiomas. Essa habilidade facilita a admissão numa universidade estrangeira e é vista com
bons olhos por multinacionais.
Outra vantagem é o fato de o
currículo brasileiro ser dado integralmente. Quem cursa o
"high school" nos EUA costuma encontrar dificuldades
quando volta para o Brasil e
presta vestibular -os colégios
americanos são considerados
"fracos" nas disciplinas de exatas, como física e química.
Justamente para não atrapalhar a preparação dos vestibulandos, os três anos do "high
school" são dados entre o 9º
ano do ensino fundamental
(antiga 8ª série) e a 2ª série do
ensino médio -não inclui a 3ª
série. Os alunos obtêm o diploma americano um ano antes do
diploma brasileiro.
Essa diplomação dupla é diferente dos modelos de escola
internacional e de escola bilíngüe existentes no Brasil.
Na internacional, as disciplinas brasileiras são opcionais,
não as estrangeiras. Na bilíngüe, o segundo idioma é utilizado sem que se siga um currículo
estrangeiro. Além disso, os dois
modelos ensinam na língua estrangeira desde a educação infantil, não só no ensino médio.
Antes dos três colégios, só o
Centro Educacional Leonardo
da Vinci, de Vitória, tinha convênio com a TTU no Brasil. Um
modelo parecido de diplomação dupla é adotado pela escola
Pueri Domus, de São Paulo.
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