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Rede salva alimento do lixo e entrega a carentes
da Redação
Todos os dias, uma rede informal de solidariedade espalhada
pelo Brasil salva comida destinada
ao lixo e leva para instituições que
atendem pessoas carentes.
Os números são modestos em relação ao tamanho do desperdício,
mas revelam que com um pouco
de organização e boa vontade é
possível reduzir a fome.
O projeto Mesa São Paulo, criado
e mantido pelo Sesc (Serviço Social
do Comércio) de São Paulo, consegue resgatar cerca de 2 toneladas
de alimentos diariamente.
O princípio é simples: O Sesc vai
buscar comida aonde sobra e leva
a lugares em que falta. A entidade
retira todos os dias alimentos perecíveis não consumidos em restaurantes, supermercados e outras
empresas, que iriam para o lixo, e
leva para instituições.
O hortifrutigranjeiro Carlos Antonio Pinto, por exemplo, sempre
telefona ao Sesc quando uma
quantidade razoável de legumes e
frutas não é vendida. "Quando esses alimentos ficam com aparência
"feia', o consumidor não compra
mais, ainda que estejam em condições de consumo", diz.
Além de encaminhar os alimentos para entidades cadastradas, o
Sesc ensina funcionários das entidades a aproveitarem ao máximo
os produtos."Nutricionistas ensinam receitas para utilizar todos os
alimentos, inclusive cascas de frutas como o abacaxi", diz Hanneman Nobre Vieira, do setor de relações institucionais do SESC.
O grande problema é que há
poucos doadores (47) e muitos interessados cadastrados (110). A entidade está auxiliando organizações de outros Estados a montarem trabalhos semelhantes.
O projeto Nutrisopa, no Ceagesp, em São Paulo, salva comida
que iria para o lixo produzindo 250
latas de sopa por dia. O projeto é
financiado pelos institutos Ayrton
Senna e Abraasso/Credicard. Cada
lata rende 22 pratos de sopa que
beneficiam 13 mil crianças.
"Estamos negociando para começar a produzir doces e massas e
atender mais gente", afirma o
presidente do Sincaesp (Sindicato
dos Permissionários em Centrais
de Abastecimento do Estado de
São Paulo), Claudio Ambrosio.
Apesar disso, o desperdício de
alimentos no Ceagesp ainda é
grande. Das 100 toneladas de lixo
produzidas por dia, 5%, ou 5 toneladas, são alimentos que poderiam
ser reaproveitados tranquilamente, segundo Ambrosio.
(ROGÉRIO GENTILE E ARIEL KOSTMAN)
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