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MISTÉRIO NO RIO
Novo exame em machadinha da família Staheli não detectou sangue
Filhos não devem ir à reconstituição
TALITA FIGUEIREDO
FABIANA CIMIERI
DA SUCURSAL DO RIO
Nem os filhos do casal americano Zera Todd e Michelle Staheli,
assassinados no Rio, nem o casal
de amigos Carolyn e Jeffrey Turner deverão participar da reconstituição do crime amanhã. O casal
Turner, chamados pela filha mais
velha dos Staheli, de 13 anos, foram os primeiros a entrar na casa
depois do crime.
O advogado das crianças, João
Mestieri, afirmou que "ninguém
pode ser obrigado a produzir provas contra si mesmo". Ele disse
não ter recebido intimação para
que o menino de dez anos e a garota de 13 presenciem a reconstituição. O casal tinha ainda outras
duas filhas, de três e oito anos.
"Quero conversar com o delegado [Marcus Henrique Alves].
Vou pedir que ele me explique o
sentido da intenção de convocá-los. São duas crianças que precisam ser preservadas, não vejo o
porquê da participação delas nessa reconstituição", afirmou.
Após a conversa com o delegado, o advogado deverá decidir se
as crianças estarão na reconstituição, que começará às 8h na casa
em que a família vivia, no condomínio Porto dos Cabritos (Barra
da Tijuca, zona oeste).
Ao contrário do que anunciara,
Mestieri não entregou à polícia os
pijamas que as crianças usavam
na noite do crime. Os peritos querem saber se há manchas de sangue nas roupas.
De acordo com o advogado Fernando Fragoso, o casal Turner
viajou sábado para os Estados
Unidos e não participará da reconstituição. Os dois prestaram
depoimento na sexta à Justiça.
Segundo Fragoso, a viagem, de
férias, estava marcada antes do
assassinato. O advogado disse só
ter recebido ontem à tarde a intimação para que eles participem
da reconstituição e avisará ao delegado que viajaram.
O motorista dos Staheli, Sebastião Moura, não recebeu ainda a
intimação, de acordo com o advogado Márcio Feijó.
Os cinco seguranças do condomínio Porto dos Cabritos que entraram na casa depois do assassinato foram intimados e vão participar da reconstituição.
A contraprova do exame com a
substância luminol na machadinha encontrada no banheiro da filha mais velha do casal foi feita
ontem por peritos da Polícia Civil.
O exame foi negativo, segundo o
secretário de Estado de Segurança
Pública, Anthony Garotinho.
O cientista Cláudio Lopes, do
Instituto de Química da UFRJ
(Universidade Federal do Rio de
Janeiro), afirmou que o luminol
não falhou.
De acordo com ele, seria impossível que o uso de detergente impedisse que o luminol detectasse a
presença de sangue. Lopes disse
que radiação ou uma grande
quantidade de ácido poderiam interferir no resultado.
Anteontem, o secretário Garotinho pôs em dúvida a eficácia do
primeiro teste realizado na machadinha com o produto.
Desenvolvido pelo Instituto de
Química da UFRJ, o luminol é similar a substâncias utilizadas pelas polícias científicas de outros
países. Em contato com o ferro
contido no sangue, o luminol torna-se fosforescente, revelando
vestígios de sangue imperceptíveis ao olho humano.
Os agentes do FBI (polícia federal americana) Daniel Clegg e
Rick Cavalieros reuniram-se à
tarde por quase três horas com
Garotinho. O objetivo da reunião,
de acordo com a secretaria, foi repassar as informações obtidas anteontem durante encontro dos
agentes com os filhos mais velhos
do casal Staheli.
Clegg e Cavalieros saíram sem
dar entrevista. Garotinho disse
que, segundo os agentes, "as
crianças estão transtornadas".
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