São Paulo, quinta-feira, 09 de dezembro de 2004

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VIOLÊNCIA

Vítimas eram reféns da mesma quadrilha em SP; Polícia Militar chegou a seqüestradores em favela por acaso

Estudante de direito e idosa são libertados

"DO AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia de São Paulo conseguiu ontem pôr fim em dois seqüestros após uma patrulha de rotina na favela do Fiozão, em Americanópolis (zona sul), durante a madrugada. As vítimas eram um estudante de direito de 20 anos, seqüestrado desde o último dia 1º de novembro, e uma mulher de 70 anos, seqüestrada desde o dia 28 de outubro.
O fim dos crimes começou quando a Polícia Militar patrulhava a região da favela por volta da 1h e decidiu perseguir um suspeito. Segundo o sargento Moizaniel José Moreira, do 22º Batalhão, ao notar a chegada do carro policial, o suspeito fugiu atirando.
Enquanto o perseguiam, os PMs notaram que outro homem saiu correndo de um barraco -era Jair Santos Nogueira, 20. Ele foi perseguido e preso, enquanto o outro conseguiu fugir.
Ao entrarem no barraco de onde Nogueira havia saído, os policiais encontraram, em um de seus dois cômodos, o estudante sem roupas e amarrado em uma cama. No local também havia um colete à prova de balas, um rádio comunicador e um revólver calibre 38.
O estudante, filho de uma família árabe que possui uma rede de lojas de artigos a R$ 1,99, foi seqüestrado por três homens que entraram na casa de sua família, em Diadema (Grande SP).
Depois do seqüestro, o grupo entrou em contato com a família pedindo R$ 1 milhão. O valor caiu para R$ 500 mil.
Mal alimentado, o estudante foi levado ao Pronto Socorro Pedreira e, após ser medicado, foi liberado e está com a família.
Horas depois, a polícia deteve dentro da favela Rodrigo Simão de Jesus Correia, 18, apontado como aquele que teria trocado tiros com os policiais militares.
Durante depoimento prestado na DAS (Delegacia Anti-Seqüestro), os seqüestradores teriam revelado os nomes de outros integrantes e do líder do grupo (não divulgado) -que estaria comandando outra ação.
À tarde, o suposto líder do grupo foi preso. Sua quadrilha mantinha desde o dia 28 de outubro outra refém em cativeiro. Era uma mulher de 70 anos que havia sido seqüestrada no bairro de Jabaquara (zona sul).
Durante seu depoimento, ele teria concordado em ligar para o restante da quadrilha e dado a ordem para libertar a refém.
A mulher foi deixada dentro do porta-mala de um carro na avenida Cupecê, região de Americanópolis (zona sul).
Na última segunda-feira, um comerciante, também da capital, foi solto por seqüestradores após pagar R$ 11 mil ao bando.


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