São Paulo, quarta-feira, 10 de janeiro de 2001

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ADMINISTRAÇÃO

Prefeita discutirá com governador a possibilidade de parceria em programas que o Estado já desenvolve

Marta pedirá ajuda de Covas para área social

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita Marta Suplicy (PT) pretende agendar um encontro com o governador Mário Covas (PSDB) para discutir parcerias em programas sociais.
Sem dinheiro disponível, no momento, para implementar alguns dos projetos que ajudaram a elegê-la, Marta pretende ver a possibilidade de "pegar carona" em programas que o governo do Estado já desenvolve.
O coordenador dos programas sociais da prefeitura, Márcio Pochmann, disse ontem, depois de participar de uma reunião com Marta e com o secretário das Finanças, João Sayad, que a prefeitura irá expor ao governador sua intenção de participar de algumas iniciativas estaduais.
Uma delas é uma espécie de renda mínima, denominado pelo governo do Estado como Complementando Renda, que atende famílias que recebem até R$ 50 mensais e que, por meio do projeto, passam a ter direito a mais R$ 50 multiplicados pelo número de membros da família, desde que as crianças frequentem a escola.
Pochmann afirmou que esse programa do governo do Estado já existe no município de São Paulo, mas é executado por meio de ONGs (organizações não-governamentais). "Uma das possibilidades é, a exemplo do que ocorreu em outros municípios, o Estado fazer um termo de compromisso conosco e isso vir a ser feito pela prefeitura."
"A prefeitura vai visitar o governador para discutir como o município pode se beneficiar de alguns projetos comuns, como frentes de trabalho e renda mínima, por exemplo", disse Sayad.
Pochmann disse ainda que a prefeitura está buscando desenvolver projetos em parceria com os governos estadual e federal porque, desta forma, segundo ele, "terão mais eficácia do que ações isoladas".
Embora tenha elogiado a busca de recursos por parte da prefeita, o governador disse, no domingo, que "cooperação não significa o Estado dar dinheiro para a prefeitura". O governador afirmou que não vê nenhum mal no fato de Marta pedir ajuda, "mas ela não pode imaginar que um programa feito pelo governo dela tenha prioridade sobre o que é feito pelos outros governos".

Parcerias
Sayad disse que os projetos sociais da prefeita não dependerão exclusivamente de parcerias para serem implementados, embora tenha destacado que a prefeitura gostaria de realizá-las.
De acordo com o coordenador dos programas sociais da prefeitura, a reunião de ontem com Marta serviu para discutir como implementar os projetos da prefeitura, como o renda mínima, bolsa-trabalho, banco do povo e começar de novo.
Pochmann reafirmou a intenção da prefeita de implementar esses projetos ainda este ano, mas preferiu não estabelecer datas nem número de pessoas que poderão ser atendidas.
Ele também disse que ainda não foi definido quem cuidará de cada ação dos projetos. "A coordenadoria não tem papel executor", afirmou.
Para o renda mínima, por exemplo, será necessário o cadastramento da população que será atendida, mas não foi definida qual secretaria fará isso.


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