São Paulo, sexta-feira, 10 de janeiro de 2003

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SÃO PAULO

Só 70% seriam atendidos

Programa Viva Leite poderá ser reduzido

DA REPORTAGEM LOCAL

Se o governo do Estado não conseguir uma redução no preço médio oferecido pelas empresas na mais recente licitação do Viva Leite nem uma suplementação na dotação orçamentária do programa para este ano, até 30% dos favorecidos (pouco mais de 210 mil famílias paulistas) poderão ficar sem receber o benefício em 2003.
O orçamento previsto é de R$ 80 milhões, e R$ 0,91 foi o custo médio do litro de leite na concorrência suspensa, na semana passada, pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento.
Como a meta é atender cerca de 720 mil famílias, que recebem, cada uma, 15 litros de leite por mês, ou o Estado consegue uma verba extra de R$ 37,9 milhões, ou terá de convencer os fornecedores a reduzir de forma expressiva o valor cobrado na concorrência.
No ano passado, quando a secretaria gastou também R$ 80 milhões no programa e atendeu praticamente o mesmo número de famílias, o litro de leite custava, para o governo, entre R$ 0,45 e R$ 0,68 -o que, de acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite, Jorge Rubez, era um "assalto".
Rubez conta que, no momento daquela licitação, os fornecedores acabaram pedindo valores muito abaixo do custo real do leite porque havia excesso de produto no mercado. Eles diz não ser possível abaixar o preço aos níveis de 2002.
Por outro lado, o secretário Antônio Duarte Nogueira Júnior reiterou insiste que a prioridade é o atendimento às 720 mil famílias, mas disse que não cogita, pelo menos agora, suplementar a dotação orçamentária do Viva Leite.
O impasse será temporariamente superado por uma contratação emergencial que começa hoje, deve estar concluída até o fim da próxima semana e garantirá a continuidade do programa por, no máximo, seis meses. É o tempo que o governo terá para concluir uma nova licitação.
Leia abaixo trechos das entrevistas que o secretário e o representante dos produtores concederam à Folha ontem, depois de terem se reunido pela primeira vez para discutir o problema.
(MARIANA VIVEIROS)


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