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FAÇA VOCÊ MESMO
Cansado de esperar pela prefeitura, caminhoneiro pintou placa a mão
Morador improvisa identificação
DA REPORTAGEM LOCAL
A precariedade na sinalização
dos endereços é sentida principalmente na periferia, onde os
moradores chegam a improvisar a instalação de placas.
Foi isso que fez Severino Dantas, 54, caminhoneiro que mora
no Parque Paulistano, região de
São Miguel, na zona leste.
A rua onde ele vive, a Quipapá, tinha uma placa oficial, que
caiu no chão e sumiu em 2005.
Sem querer esperar pela prefeitura -"nem a lâmpada que
eu pedi chegou até hoje"-,
Dantas resolveu fazer ele mesmo a placa da rua, pintada a
mão, e colocá-la no poste.
"O pessoal que vinha aqui demorava para chegar, se perdia e
eu ficava esperando. Eu que sou
caminhoneiro sei muito bem
como isso atrapalha na hora de
fazer uma entrega", afirma.
"Sem contar que um monte de
gente parava aqui na porta de
casa para perguntar: "Que rua é
essa?'", completa Dantas.
A Folha percorreu as ruas do
bairro dele e identificou diversos problemas nas placas. Em
muitos locais, elas nem existem.
Em outros, estão amassadas, sujas ou em lugares pouco visíveis.
Maria do Carmo, moradora
da rua Gonçalves Ribeiro, próxima a uma esquina onde não
há placa, diz que, acostumada
com a situação, dá sempre uma
referência às pessoas que vão visitá-la. "Aviso que é a rua da
Universal", diz ela, citando uma
igreja evangélica.
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