São Paulo, terça-feira, 10 de janeiro de 2006

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FAÇA VOCÊ MESMO

Cansado de esperar pela prefeitura, caminhoneiro pintou placa a mão

Morador improvisa identificação

DA REPORTAGEM LOCAL

A precariedade na sinalização dos endereços é sentida principalmente na periferia, onde os moradores chegam a improvisar a instalação de placas.
Foi isso que fez Severino Dantas, 54, caminhoneiro que mora no Parque Paulistano, região de São Miguel, na zona leste.
A rua onde ele vive, a Quipapá, tinha uma placa oficial, que caiu no chão e sumiu em 2005.
Sem querer esperar pela prefeitura -"nem a lâmpada que eu pedi chegou até hoje"-, Dantas resolveu fazer ele mesmo a placa da rua, pintada a mão, e colocá-la no poste.
"O pessoal que vinha aqui demorava para chegar, se perdia e eu ficava esperando. Eu que sou caminhoneiro sei muito bem como isso atrapalha na hora de fazer uma entrega", afirma. "Sem contar que um monte de gente parava aqui na porta de casa para perguntar: "Que rua é essa?'", completa Dantas.
A Folha percorreu as ruas do bairro dele e identificou diversos problemas nas placas. Em muitos locais, elas nem existem. Em outros, estão amassadas, sujas ou em lugares pouco visíveis.
Maria do Carmo, moradora da rua Gonçalves Ribeiro, próxima a uma esquina onde não há placa, diz que, acostumada com a situação, dá sempre uma referência às pessoas que vão visitá-la. "Aviso que é a rua da Universal", diz ela, citando uma igreja evangélica.


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