São Paulo, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2000


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VIOLÊNCIA
Ex-presidiário é baleado em partida de futebol no parque duas horas após desembargador ser assaltado
Tiros e roubo levam pânico ao Ibirapuera

OTÁVIO CABRAL
da Reportagem Local

Dois crimes assustaram os frequentadores do parque Ibirapuera (zona sudoeste de São Paulo) na manhã de ontem. Em menos de duas horas, um ex-presidiário foi baleado durante uma partida de futebol e um casal foi assaltado enquanto caminhava no parque.
A segurança no parque é de responsabilidade da Guarda Civil Metropolitana, que mantém postos fixos de patrulhamento e cerca de 50 homens fazendo ronda pelo local. Mesmo com o patrulhamento, a Polícia Civil contabiliza pelo menos dez assaltos por mês no Ibirapuera (leia texto abaixo).
O primeiro crime aconteceu às 8h15. O desembargador de Justiça Hamilton Elliot Akel, 54, e sua mulher, Maria Emygdia Silveira Akel, 47, estavam caminhando próximo ao portão 7, na avenida Pedro Álvares Cabral, quando foram abordados por um adolescente armado de revólver.
Ameaçado, o casal entregou dois relógios e R$ 300 em dinheiro. A guarda civil foi acionada e, minutos depois, deteve o adolescente I.F.S.O.J., 15, escondido em uma moita próxima ao lago.
Com ele, a guarda afirma ter encontrado os dois relógios, o dinheiro e um revólver calibre 38 com a numeração raspada. O adolescente, segundo a polícia, confessou o crime. Ele foi encaminhado ao SOS Criança.

Tiroteio
Pouco depois de a guarda ter detido o menor, um tiroteio provocou uma correria na praça do Porquinho, onde ficam as quadras e campos de esporte no parque Ibirapuera. Um homem armado de revólver entrou no campo de futebol durante uma partida apontando a arma para o ex-presidiário Williams Wanderson de Jesus Santos, 25.
Enquanto os frequentadores corriam, Santos pegou uma arma e trocou tiros com o desconhecido. "Foi assustador, ouvi seis tiros. Todos corriam e se jogavam no chão para escapar das balas", narrou o instrutor de ginástica Cláudio Pimentel Teixeira, uma das 20 pessoas que estavam no campo no momento do tiroteio.
Baleado no peito, Santos correu até uma cabine da guarda civil, que o levou ao Hospital São Paulo, onde permanecia internado na noite de ontem. O outro homem fugiu. O professor M.G.L., 28, viu Santos jogar uma sacola em uma moita e avisou a guarda.
No saco, havia um revólver calibre 38 com três tiros disparados e 21 saquinhos de maconha, totalizando cerca de 200 gramas.
Para a polícia, o tiroteio foi um acerto de contas entre Santos e outro traficante. "Ele já foi preso por tráfico e havia droga com ele. Para mim, foi uma briga entre traficantes", concluiu a delegada Roberta Guerra, do 36º DP (Paraíso).


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