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No interior de SP, carteiro esconde 3.000 cartas e alega "não dar conta" do serviço
RENATA BAPTISTA
DA AGÊNCIA FOLHA
Um carteiro de Severínia
(420 km de São Paulo) deixou
de entregar cerca de 3.000
correspondências sob alegação de que "não dava conta"
do serviço. A maior parte das
cartas estava escondida na casa do carteiro.
Anteontem, após uma denúncia, a polícia recolheu 500
cartas em um terreno no centro. A regional dos Correios
identificou que o responsável
pelas entregas era o carteiro
Diose Ferreira da Costa, 18,
que estava na empresa havia
menos de um mês.
Na casa dele, a polícia
achou outras 2.500 cartas
não entregues -como boletos bancários, faturas de cartão de crédito e contas de
luz e telefone.
Metas
Em depoimento, o carteiro
declarou que não estava conseguindo atingir a meta diária
de entregas. Com medo de ser
demitido, ele resolveu esconder as cartas em casa.
A estatal não informou qual
era essa meta.
Segundo a diretoria regional do interior paulista dos
Correios, Costa foi contratado por uma empresa terceirizada para cobrir férias na região, mas ele já foi desligado
das atividades.
Ele cobria seis avenidas e
uma parte de um conjunto residencial no centro de Severínia, cidade que tem 16 mil habitantes. As cartas encontradas começaram a ser distribuídas por dez carteiros de cidades vizinhas.
Costa será indiciado por
violação de correspondência.
Condenado, pode pegar de
um a três meses de prisão,
além de pagar multa. Ele vai
responder ao processo em
liberdade.
A funcionária pública Ana
Maria de Marqui, 46, afirmou
que teve que pagar a conta
do cartão de crédito com multa no banco.
"Ligava para a empresa para pedir a fatura e eles diziam
que tinham enviado. Cansei
de esperar e, quando passou o
vencimento, fui ao banco pagar." Ela disse ainda que recebeu apenas ontem a conta de
telefone, que vencia dia 24.
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