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Após tiroteio com 3 mortes, PM é linchado
Policial, que não estava fardado, foi atacado por 50 pessoas, segundo vizinhos, após matar três homens que atiraram em sua direção
Local do crime em Guarulhos é, segundo a polícia, reduto de criminosos da facção organizada PCC
DA REPORTAGEM LOCAL
Quatro pessoas morreram na
madrugada de ontem no bairro
dos Pimentas, em Guarulhos
(SP). Três foram baleados. Um
policial militar foi linchado.
Segundo a Polícia Civil, vizinhos do local do crime disseram que o policial militar Kleber Marcelo de Oliveira Lira, 36, que não estava fardado, passava de carro quando foi alvo de
tiros que teriam sido disparados por um grupo de três pessoas que conversava na frente
de uma escola. Lira teria revidado e acertado os três.
Em seguida, cerca de 50 pessoas, moradores do conjunto
habitacional Marcos Freire, teriam atacado o policial. No local, foram encontrados pedaços de uma cadeira, garrafas e
um bloco de concreto que teriam sido usados na agressão.
Morreram, além de Lira, os
desempregados Paulo Roberto
Olegário, 49, e Atos de Jesus
Silva, 20, e o ajudante Antonio
Marcos Rodrigues da Silva, 24
-os três com tiros na cabeça.
Nenhum deles tinha passagem
pela polícia. As armas do policial e dos outros mortos não foram localizadas.
O conjunto Marcos Freire é
conhecido pela polícia de Guarulhos como sendo reduto de
integrantes do PCC (Primeiro
Comando da Capital). Nas ondas de ataques de 2006 policiais foram mortos na região.
Lira estava de folga. Uma das
suspeitas é que ele tenha sido
reconhecido por criminosos ou
que tenha havido uma briga. A
polícia não soube informar se
ele foi baleado, pois, com o linchamento, seu corpo ficou deformado -só o laudo pericial
irá esclarecer.
Familiares de Kleber acreditam que ele foi morto ao cair
em uma emboscada. Ele trabalhava há quase 10 anos na PM e
pertencia ao 44º Batalhão, responsável pelo policiamento na
região da Estrada do Sacramento, onde houve as mortes.
Festa
Na noite de anteontem, o PM
recebeu por telefone um convite para participar de uma festa,
segundo um de seus irmãos.
Lira estava separado havia
quatro anos e tinha um filho de
9 anos que mora com a mãe. Segundo a família, ele gostava de
ser policial e costumava não levar sua arma para festas.
A polícia registrou o caso como homicídio comum, não como chacina. Também não acha
que houve emboscada. Isso
porque o crime ocorreu na
frente de dezenas de testemunha e em local aberto.
(EVANDRO SPINELLI e LUIS KAWAGUTI)
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