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Arma que matou coronel tinha sido usada em chacina
Constatação saiu após comparação entre cápsulas de balas dos dois crimes; chacina ocorreu em 2007 na zona norte
A polícia tenta reunir provas de que os dois crimes foram cometidos por um suposto grupo de extermínio formado por policiais
LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um exame balístico inicial da
Polícia Científica mostrou que
a pistola de calibre 380 usada
no assassinato do coronel José
Hermínio Rodrigues também
foi utilizada em uma chacina na
qual seis pessoas foram mortas
na Água Fria, zona norte de São
Paulo, em junho de 2007.
A polícia tenta agora reunir
provas de que os dois crimes foram cometidos por um suposto
grupo de extermínio que seria
formado por policiais militares.
A comparação foi feita com
base na análise de cápsulas de
projéteis de calibre 380 encontradas por peritos nas cenas
dos dois crimes. Segundo a polícia, quando uma pistola é disparada, deixa um padrão de
marcas singular nas cápsulas
das munições. Esse padrão pode ser reconhecido quando
duas cápsulas da mesma arma
são comparadas. Porém o laudo
final desse exame de balística
ainda não está pronto.
A principal linha de investigação da polícia é que Rodrigues tenha sido assassinado
por PMs porque tentou desmantelar um grupo de policiais
do 18º Batalhão da PM supostamente envolvidos com assassinatos e extorsão de taxas de comerciantes e traficantes de
drogas da zona norte.
Rodrigues era comandante
da PM na área norte e determinou transferências de policiais
suspeitos de mau comportamento que atuavam juntos nas
mesmas equipes de trabalho.
Na chacina do dia 29 de junho, um grupo de homens armados cercou seis jovens na
rua Rua Bittencourt da Silva,
no Morro do Piolho. A única
testemunha, que passava pelo
local e foi baleada, relatou que
os assassinos se aproximaram
gritando: "polícia, encosta aí", e
em seguida atiraram.
Foram mortos Rodrigo Costa
Giaconelli, 21, Jailson José da
Silva, 20, Victor Fernando Soares dos Santos,15 anos, Rafael
Eucarello Parente, Jairo Cabral
dos Santos, 18, e Marcos Paulo
da Silva Aguiar, 21.
Três PMs da Força Tática do
18º Batalhão, que estão presos
por outros crimes, são também
suspeitos de ligação com a morte do coronel. São eles: o soldado Pascoal dos Santos Lima e os
sargentos Ricardo da Rocha
Benetti e Hélber Antônio de
Freitas. A Folha não conseguiu
localizar seus advogados.
A polícia analisa cerca de 100
cápsulas e projéteis que podem
ter relação com os casos.
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