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Presos fazem policiais reféns e tomam cadeia no interior de SP; nove fogem
VERIDIANA RIBEIRO
ENVIADA ESPECIAL A PITANGUEIRAS
Uma tentativa de fuga em
massa acabou em rebelião na
Cadeia Pública de Pitangueiras,
a 364 kg de São Paulo. Os presos fizeram dois policiais reféns
e chegaram a atirar num carro
da Polícia Militar. Ninguém ficou ferido na ação.
Nove detentos fugiram. Até a
tarde de ontem, quatro haviam
sido recapturados. Havia cerca
de 70 presos na cadeia, com capacidade para abrigar 24.
A rebelião começou por volta
5h30 e terminou às 13h, com a
chegada de uma advogada representante dos detentos. Meia
hora depois, familiares começaram a protestar. Diziam que
os presos estavam feridos e tinham apanhado -a polícia nega. Os policiais usaram bombas
de efeito moral e atiraram para
o alto para dispersar o grupo.
Os detentos iniciaram a rebelião ao render o agente Cairbar
Eurípedes de Morais e o carcereiro Luís Senhorini. Os dois tiveram as armas roubadas.
Ao notar que o grupo tentava
fugir, outros agentes reagiram e
contiveram a ação.
Os vizinhos ouviram gritos e
tiros e chamaram a PM. O primeiro carro que chegou ao local, por volta das 6h30, foi alvejado por três tiros. Os policiais,
então, chamaram reforço.
Cerca de 60 homens do GOE
(Grupo de Operações Especiais) da Polícia Civil chegaram
por volta das 9h e iniciaram as
negociações. A eles, os detentos
entregaram uma carta na qual
reclamavam da falta de ventilação na cadeia, ausência de assistência médica e psicológica e
da superlotação.
O delegado seccional de Sertãozinho (área responsável por
Pitangueiras), José Roberto
Maldonado, disse que tentaria
amanhã verificar se era possível transferir os presos. "Por
enquanto, eu não tenho o que
fazer porque a cadeias da região
também estão lotadas."
No final, três homens identificados como líderes da rebelião foram autuados por tentativa de fuga mediante violência.
A advogada Ariane dos Anjos,
32, representante dos presos,
disse que não havia feridos na
cadeia. Foram achados quatro
celulares e facas nas celas.
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