São Paulo, domingo, 10 de fevereiro de 2008

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Presos fazem policiais reféns e tomam cadeia no interior de SP; nove fogem

VERIDIANA RIBEIRO
ENVIADA ESPECIAL A PITANGUEIRAS

Uma tentativa de fuga em massa acabou em rebelião na Cadeia Pública de Pitangueiras, a 364 kg de São Paulo. Os presos fizeram dois policiais reféns e chegaram a atirar num carro da Polícia Militar. Ninguém ficou ferido na ação.
Nove detentos fugiram. Até a tarde de ontem, quatro haviam sido recapturados. Havia cerca de 70 presos na cadeia, com capacidade para abrigar 24.
A rebelião começou por volta 5h30 e terminou às 13h, com a chegada de uma advogada representante dos detentos. Meia hora depois, familiares começaram a protestar. Diziam que os presos estavam feridos e tinham apanhado -a polícia nega. Os policiais usaram bombas de efeito moral e atiraram para o alto para dispersar o grupo.
Os detentos iniciaram a rebelião ao render o agente Cairbar Eurípedes de Morais e o carcereiro Luís Senhorini. Os dois tiveram as armas roubadas.
Ao notar que o grupo tentava fugir, outros agentes reagiram e contiveram a ação.
Os vizinhos ouviram gritos e tiros e chamaram a PM. O primeiro carro que chegou ao local, por volta das 6h30, foi alvejado por três tiros. Os policiais, então, chamaram reforço.
Cerca de 60 homens do GOE (Grupo de Operações Especiais) da Polícia Civil chegaram por volta das 9h e iniciaram as negociações. A eles, os detentos entregaram uma carta na qual reclamavam da falta de ventilação na cadeia, ausência de assistência médica e psicológica e da superlotação.
O delegado seccional de Sertãozinho (área responsável por Pitangueiras), José Roberto Maldonado, disse que tentaria amanhã verificar se era possível transferir os presos. "Por enquanto, eu não tenho o que fazer porque a cadeias da região também estão lotadas."
No final, três homens identificados como líderes da rebelião foram autuados por tentativa de fuga mediante violência. A advogada Ariane dos Anjos, 32, representante dos presos, disse que não havia feridos na cadeia. Foram achados quatro celulares e facas nas celas.


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