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GOLPE
Suspeito oferecia informações de 12 milhões de pessoas
Polícia suspeita que venda de dados ocorre há dois anos
JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local
Correspondências encontradas
na memória de um computador
do comerciante José Christiano
Pereira Júnior levantam suspeita
de que ele estava comercializando
havia dois anos dados que podem
ter sido tirados ilegalmente da Receita Federal.
As correspondências, encaminhadas a empresas que procuravam cadastros para mala-direta,
foram encontradas por peritos do
Instituto de Criminalística de São
Paulo após apreensão de material
de informática do comerciante.
Os laudos do instituto citam o
conteúdo de uma correspondência em que Pereira Júnior oferece
dados de 12 milhões de pessoas físicas e de 4 milhões de empresas
de todo o país. A cada mil nomes,
ele cobrava R$ 100.
A polícia não divulgou dados
sobre as correspondências, já que
deve procurar as empresas para
descobrir se as vendas foram concretizadas e para saber o teor dos
cadastros.
No caso das pessoas físicas, supostamente contribuintes que tiveram informações de suas declarações de Imposto de Renda vazadas, o comerciante informava a
empresas interessadas que o banco de dados continha "renda familiar" e "atividade".
Em depoimento à polícia, Pereira Júnior negou envolvimento
com o caso, mas hoje deverá ser
indiciado (acusado formalmente)
sob acusação de violar lei que trata da propriedade intelectual de
programas de computador.
"Esses dados (renda) são de
quem? Só podem ser da Receita",
diz o delegado Manoel Adamuz
Neto, que investiga o caso.
Investigação
A polícia chegou a Pereira Júnior a partir do depoimento do
vendedor Jefferson Festa Perez,
flagrado em janeiro vendendo dados da Telefônica, da Telemar, do
Rio de Janeiro, e informações que
ele dizia ser da Receita.
Perez apontou Pereira Júnior
como fornecedor do banco de dados da Telefônica. Só com a perícia surgiu também a suspeita do
envolvimento dele com venda de
dados que podem ser da Receita.
O vendedor foi indiciado ontem. Hoje, além de Pereira Júnior,
José Adriano Pires e Carlos Alberto Rodrigues da Silva também devem ser indiciados.
Receita
Apesar da suspeita da polícia, a
confirmação do suposto vazamento de dados da Receita depende ainda de laudos do Instituto de Criminalística.
A polícia também investiga a
participação de outras pessoas no
caso e quer descobrir como os dados podem ter vazado.
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