São Paulo, sábado, 10 de março de 2001

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Dívida poderá ser quitada em 4 anos, diz prefeita

DA REPORTAGEM LOCAL

A alegada dívida de cerca de R$ 1 bilhão deixada pela administração do ex-prefeito Celso Pitta (PTN) com fornecedores da Prefeitura de São Paulo terá pagamentos "escalonados" e poderá levar quatro anos para ser quitada pela gestão de Marta Suplicy (PT).
O prazo foi citado pela primeira vez ontem por Marta. Até então, a prefeitura havia somente estabelecido que começaria os pagamentos pelos valores menores.
Essas dívidas da administração passada e o comprometimento do Orçamento com outras despesas chegaram a ser apontados pela atual gestão como um risco para os projetos sociais prometidos por Marta em sua campanha.
Mas a prefeita disse que implantará todos os projetos que prometeu, atendendo pelo menos parte da população que poderá ser beneficiada por programas como o Renda Mínima (complementação de renda de famílias carentes).
Pelo que a prefeita afirmou ontem, os maiores credores da prefeitura, segundo a regra criada devido à falta de recursos, ficarão no final da fila de pagamentos.
"É capaz de a gente até conseguir pagar tudo nessa gestão", disse ontem, após participar de reunião do novo Conselho Municipal do Meio Ambiente.
Marta afirmou também que a meta de liquidar dívidas pendentes de seu antecessor não será afetada pela eventual possibilidade de a prefeitura passar a adotar subsídios regulares ao sistema de transporte da cidade.
Ontem, porém, ela disse que essa questão só será definida após a prefeitura receber um estudo que encomendou sobre a situação financeira das empresas. A análise, feita pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) da USP (Universidade de São Paulo), deverá ser concluída em três semanas, segundo a prefeita.
Após o estudo, Marta também admite a possibilidade de autorizar reajuste da tarifa de ônibus (hoje em R$ 1,15) para o usuário.
"Nós vamos tentar propor o que for melhor para o usuário, para a melhoria da qualidade do transporte e para a cidade, em termos de Orçamento", afirmou.
A prefeita, que estava afônica ontem devido a temperaturas diferentes que diz ter enfrentado em um ônibus com ar-condicionado e no enterro do governador Mário Covas, também disse que encarará protestos com incêndios de ônibus como casos de polícia.
Anteontem, primeiro dia de uma operação para fiscalizar perueiros clandestinos, sete ônibus foram incendiados na zona sul de São Paulo. Ontem, outro caso foi registrado. "Essa não é mais uma questão da prefeitura. É uma questão da polícia."
Marta disse que a fiscalização de perueiros será mantida e que recebeu informações de investigações que levantam a possibilidade de os incêndios de anteontem estarem ligados a uma ação de traficantes da zona sul.
Pela manhã, a prefeita participou de uma caminhada de mulheres em um centro educacional na Vila Alpina (zona leste de SP).


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