DA REPORTAGEM LOCAL

A unidade neonatal do hospital-escola de Vila Nova Cachoeirinha (zona norte), inaugurado pelo ex-prefeito Celso Pitta, tem um berçário de 1.000 m2 sem berços ou equipamentos. "Oficialmente, ele foi entregue à população em pleno funcionamento, com capacidade para ser o maior da América Latina, mas aqui só tem parede", afirmou ontem o diretor do hospital, José Carlos Riechelmann, durante visita da prefeita Marta Suplicy.
Segundo ele, Pitta determinou que todas as luzes da unidade neonatal fossem mantidas acesas, para dar a impressão, a quem estivesse do lado de fora, de que estava funcionando. "Bem, pelo menos no meio dessa desgraça uma boa notícia: está bem feito. É só equipar e botar para funcionar", comentou Marta. Riechelmann afirmou que precisa de R$ 1 milhão para isso.
Procurado pela Folha, o assessor de imprensa do ex-prefeito, Antenor Braido, disse que o diretor do hospital deveria fazer "terapia política". "Quando houve a inauguração, o prefeito Pitta deixou bem claro que era apenas a reforma. Fazer funcionar seria uma outra etapa e não havia verba. E imagine que o prefeito iria dar uma ordem dessas, de deixar a luz ligada. Jamais", afirmou.
Marta anunciou, durante a inauguração do serviço de atendimento a casos de aborto legal no hospital, que seu governo liberou R$ 4,2 milhões para a reforma de dois terços do prédio, que foram destruídos em incêndio.
O hospital tem capacidade total para 150 leitos e hoje conta com apenas 40. "Temos capacidade para fazer de 600 a 800 partos por mês e estamos fazendo apenas 100 ou 200", disse Riechelmann. (FLÁVIA DE LEON)



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