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Não há nada que obrigue a exigir o BO, diz técnica
DA REPORTAGEM LOCAL
Regina Viola, assessora técnica da área da saúde da mulher do Ministério da Saúde,
afirma que a norma técnica sobre aborto legal foi amplamente discutida e revisada por advogados e está estritamente
dentro da lei. "Mudou a interpretação. Não tem nada que
imponha a exigência do BO."
Os médicos da rede pública,
diz ela, serão orientados a investigar, por meio da entrevista
e de exames ginecológicos da
paciente, se a mulher realmente sofreu o estupro.
A técnica admite, porém, que
eles não poderão deixar de
atender a mulher mesmo que
não encontrem evidências físicas do estupro. "O profissional
está protegido pela lei."
Para ela, é improvável que a
mulher que deseja o aborto por
razões não-legais se aproveite
da nova norma. "Não é fácil para a mulher chegar às portas de
um serviço de saúde e falar do
estupro. Isso não vai mudar."
A mudança da norma, explica Viola, é resultado da própria
operacionalização do aborto
legal. "Naquele momento [em
1998], tinha-se a compreensão
de que, para proteger o profissional, era preciso exigir o BO
[no caso de estupro]. Hoje, a
interpretação jurídica é outra."
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