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Para promotor, código penal avaliza ação
DA SUCURSAL DO RIO
O promotor militar Ailton José
da Silva, um dos quatro designados para atuar no Inquérito Policial Militar (IPM) que apura o
roubo das armas do Exército, disse ontem que a investigação está
de acordo com o Código de Processo Penal Militar e negou que os
mandados de busca e apreensão
para achá-las sejam "genéricos".
Cabe ao Ministério Público Militar fiscalizar a legalidade dos inquéritos e dar orientação jurídica
aos encarregados da apuração. Os
pedidos de busca e apreensão têm
sido feitos diretamente pela autoridade militar à Justiça.
"Os mandados identificam,
sim, logradouros: rua tal, habitação e adjacências, viela tal, com
identificação do local, casa rosa...", explicou o promotor. A
não-divulgação de dados sobre os
mandados seria um modo de evitar o vazamento de indícios.
A justificativa de que a ação está
na esfera de atuação do Exército
ampara-se no artigo 8º do Código
de Processo Penal Militar. O dispositivo garante, via IPM, competência da Polícia Judiciária Militar
para apurar crimes militares ou
sujeitos à jurisdição militar; fazer
diligências, cumprir mandados
de prisão expedidos pela Justiça
Militar; solicitar a autoridades civis informações e medidas para a
elucidação de infrações penais.
O Exército informa que o inquérito foi aberto para apurar o crime
e que suspeitos e testemunhas
têm sido ouvidos e confrontados
com informações de inteligência e
obtidas pelo Disque-Denúncia.
Tudo está sendo feito junto à Justiça Militar, diz o a assessor de imprensa do Comando Militar do
Leste, coronel Fernando Lemos.
O oficial diz que o efetivo mobilizado é uma medida de prevenção e intimidação para evitar tiroteios. "Quando a polícia entra
com dez homens, recebe tiros."
Os cercos do Exército pela cidade e pelas estradas estão acontecendo, segundo o promotor, "para impedir que a busca e apreensão seja frustrada e para que as armas saiam" e estão baseados em
informações da inteligência. Já
houve, disse, ao menos três mandados do gênero. O promotor disse que a linha de investigação inclui militares, ex-militares e civis.
O governo do Rio dá apoio à
busca, operacionalmente. A Folha apurou, porém, que a presença militar nas ruas incomoda e
deixa receosa a administração.
Em reuniões com o comandante
do CML, general Domingos Curado, o governo insiste que a ação
deve ser pontual e não admite a
permanência definitiva das forças
nas ruas. Não é intervenção, é
cooperação, diz um interlocutor
próximo à governadora Rosinha
Matheus (PMDB).
(RG)
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