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ESTRADAS
Veículo ia de Campinas para Caldas Novas quando tombou em barranco; boa parte dos passageiros era de idosos
Acidente com ônibus mata 14 em Minas
JOSÉ EDUARDO RONDON
DA AGÊNCIA FOLHA
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
Um acidente com um ônibus
que havia partido de Campinas,
no interior de São Paulo, com destino à cidade de Caldas Novas, em
Goiás, ontem, causou a morte de
14 pessoas e ferimentos em outras
27 -ao menos oito ficaram feridas gravemente. Boa parte dos
passageiros era de idosos.
O veículo da empresa Transportes Capellini Ltda., que levava 41
passageiros, tombou num barranco na BR-050, num trecho de
reta no km 78, em Uberlândia
(556 km de Belo Horizonte), por
volta das 4h. O tacógrafo apontava a velocidade de 100 km/h, acima do permitido no trecho, que é
de 80 km/h para ônibus, informou a Polícia Rodoviária Federal.
Treze passageiros morreram no
local e um, no hospital. Nenhum
deles usava cinto de segurança.
Dois passageiros eram de Indaiatuba (102 km de SP) e os demais, de Campinas, segundo a
Capellini. Duas crianças que estavam no veículo ficaram feridas.
O ônibus havia sido fretado por
Odair Rodrigues, que é membro
da Associação dos Aposentados e
Pensionistas das Indústrias Metalúrgicas e Outras Categorias de
Campinas, e transportava turistas
para uma excursão. A associação
informou que Almeida teve ferimentos leves, mas a excursão não
tinha vínculo com a entidade.
A Capellini informou que o ônibus foi adquirido neste ano e fazia
a sua primeira viagem.
O motorista do ônibus, Edivaldo Dias, depôs na polícia. O delegado Adeuvaldo Ribeiro Neves
disse que ele não explicou a razão
do acidente.
"Na verdade ele está omitindo o
fato que provocou o acidente.
Provavelmente tenha sido em razão de uma falha dele."
O inspetor da Polícia Rodoviária Federal Davi Stanley afirmou
que, minutos após o acidente,
Dias disse a policiais rodoviários
que trocava um CD antes do tombamento do veículo.
Questionado no depoimento, o
motorista negou que tivesse em
algum momento feito tal declaração ou ter feito a troca.
Às 19h30, a PRF informou que o
motorista foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção). A
reportagem não conseguiu contato com a delegacia.
À tarde, a Capellini foi autuada
em R$ 3.511,00, afirmou Stanley.
"Havia uma pessoa dentro do
ônibus que não estava na relação
de passageiros emitida pela empresa, como determina a ANTT
[Agência Nacional de Transportes Terrestres], sendo motivo para
uma autuação." A empresa confirmou ter recebido a multa.
Em Campinas, familiares e amigos dos passageiros passaram o
dia em busca de informações.
Até as 17h, os familiares de Maria José Ferreira, 55, ainda não sabiam o que havia acontecido com
ela no acidente. "A família ficou
desesperada. O marido dela e os
três filhos viajaram às pressas para Uberlândia na tentativa de obter alguma informação", disse a
nora da mulher, Márcia Ferreira.
A empresa Transportes Capellini Ltda. informou ontem que todos os assentos do ônibus eram
equipados com cinto de segurança. Esse foi o mais grave acidente
da história da empresa, fundada
há 37 anos em Campinas.
"O ônibus estava com todos os
documentos regularizados e tem
todos os registros", disse o gerente da Capellini Paulo Barddal.
A Capellini declarou que o ônibus havia passado por vistoria recentemente e estava em condições para realizar a viagem.
O motorista trabalha há três
anos na empresa e nunca havia se
envolvido em um acidente, segundo a assessoria.
Até a conclusão desta edição, a PRF divulgou o nome das seguintes vítimas:
Adélia Matilde Fhal, 79; Ademir Marchiori, 58; Antônia Ramos da Silva, 69; Daniel
Pinheiro, 63; Darci Cecco; Hermes Fhal;
Ióli Cruz; Luiza Furquim, 62; Maria Machiori, 59; Aroldo Furquim; Luzia Andreotti de Freitas, 66; e
Zulmira Andreotti, 70.
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