São Paulo, sábado, 10 de março de 2007

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Operação incluiu cassar folgas e realocar policiais

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Para evitar problemas durante a visita do presidente dos EUA, George W. Bush, a São Paulo, o governo do Estado montou uma verdadeira operação de guerra, que, além do Exército e da Aeronáutica, contou também com deslocamentos e até mudanças de funções das suas forças de segurança.
Folgas de policiais militares e civis foram cassadas para que 1.300 homens pudessem se concentrar exclusivamente em proteger Bush e sua comitiva no trajeto que eles fizessem pelas ruas da capital.
Em outras áreas da cidade, o policiamento ostensivo foi mantido como antes, segundo a Secretaria da Segurança, mas esse número não foi divulgado.
De forma inédita, o governo também usou a Rota -unidade de elite da Polícia Militar, especializada em conter distúrbios urbanos- para vigiar instituições bancárias durante o período em que Bush ficou em SP.
Mesmo sem prática no assunto, a ação surtiu efeito: nenhum assalto a banco foi registrado nos dois dias de estadia do presidente na cidade.
A Folha apurou que a medida visava evitar que roubos a banco ocorressem com Bush na capital, o que poderia deixar uma imagem ruim da polícia paulista, que nas últimas semanas não conseguiu evitar diversas ocorrências desse tipo. Desde o início do ano, foram 30 casos.
Procurado pela reportagem para comentar o assunto, o comando do Choque, responsável pela Rota, negou qualquer relação entre a operação contra assaltos a bancos e Bush.
"Nossa ação ocorreu porque os assaltos a banco saíram do controle. Vamos manter essa medida até a próxima segunda-feira", afirmou o coronel da PM Joviano Conceição Lima, comandante do Choque. Segundo ele, esse crime ocorre mais às sextas e segundas-feiras.
Ao todo, 23 veículos e 92 homens fortemente armados da Rota receberam a incumbência de percorrer os corredores onde foi registrado maior número de roubos a bancos nos últimos tempos: avenidas Paulista, Santo Amaro e Nove de Julho.
Com mais policiais, as ações criminosas diminuíram. O número de ocorrências feitas pela PM anteontem (2.227) e ontem (1.442 até as 18h) caíram se comparadas ao mesmo período da semana passada (2.296 em 1º março e 2.454 no dia 2).
Com a partida de Bush, os 1.200 homens do Exército, três helicópteros e dois canhões antiaéreos também deixam São Paulo. O mesmo ocorre com os dois caças da Aeronáutica.


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