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Operação incluiu cassar folgas e realocar policiais
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Para evitar problemas durante a visita do presidente dos
EUA, George W. Bush, a São
Paulo, o governo do Estado
montou uma verdadeira operação de guerra, que, além do
Exército e da Aeronáutica, contou também com deslocamentos e até mudanças de funções
das suas forças de segurança.
Folgas de policiais militares e
civis foram cassadas para que
1.300 homens pudessem se
concentrar exclusivamente em
proteger Bush e sua comitiva
no trajeto que eles fizessem pelas ruas da capital.
Em outras áreas da cidade, o
policiamento ostensivo foi
mantido como antes, segundo a
Secretaria da Segurança, mas
esse número não foi divulgado.
De forma inédita, o governo
também usou a Rota -unidade
de elite da Polícia Militar, especializada em conter distúrbios
urbanos- para vigiar instituições bancárias durante o período em que Bush ficou em SP.
Mesmo sem prática no assunto, a ação surtiu efeito: nenhum assalto a banco foi registrado nos dois dias de estadia
do presidente na cidade.
A Folha apurou que a medida
visava evitar que roubos a banco ocorressem com Bush na capital, o que poderia deixar uma
imagem ruim da polícia paulista, que nas últimas semanas
não conseguiu evitar diversas
ocorrências desse tipo. Desde o
início do ano, foram 30 casos.
Procurado pela reportagem
para comentar o assunto, o comando do Choque, responsável
pela Rota, negou qualquer relação entre a operação contra assaltos a bancos e Bush.
"Nossa ação ocorreu porque
os assaltos a banco saíram do
controle. Vamos manter essa
medida até a próxima segunda-feira", afirmou o coronel da PM
Joviano Conceição Lima, comandante do Choque. Segundo
ele, esse crime ocorre mais às
sextas e segundas-feiras.
Ao todo, 23 veículos e 92 homens fortemente armados da
Rota receberam a incumbência
de percorrer os corredores onde foi registrado maior número
de roubos a bancos nos últimos
tempos: avenidas Paulista, Santo Amaro e Nove de Julho.
Com mais policiais, as ações
criminosas diminuíram. O número de ocorrências feitas pela
PM anteontem (2.227) e ontem
(1.442 até as 18h) caíram se
comparadas ao mesmo período
da semana passada (2.296 em
1º março e 2.454 no dia 2).
Com a partida de Bush, os
1.200 homens do Exército, três
helicópteros e dois canhões antiaéreos também deixam São
Paulo. O mesmo ocorre com os
dois caças da Aeronáutica.
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